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POLÍTICA

Protocolado na Câmara o pedido de impeachment de Dilma

Eduardo Cunha recebeu de juristas, parlamentares e entidades aditamento ao principal pedido de afastamento da presidente.

Publicado em 18/09/2015 às 7:46

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu ontem o aditamento ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. Com a presença de dissidentes da base governista, dos principais líderes das bancadas de oposição e de líderes de movimentos de rua pró-impeachment, a entrega do documento pelo jurista Miguel Reale Jr. e por uma filha do ex-fundador do PT Hélio Bicudo, que representou o pai, foi seguida por discursos contra Dilma e o governo.

Adversário declarado do governo, Cunha abriu seu gabinete para o recebimento do documento. A imprensa foi liberada para acompanhar o ato na sala da presidência da Câmara, medida que nem sempre acontece nesse tipo de situação.

Todos os outros pedidos de impeachment -inclusive o original de Bicudo, que foi devolvido para correções formais- foram apresentados nos departamentos técnicos da Câmara.

Cunha negou que a atitude tenha sido diferente da que adota quando lideranças da Casa ou movimentos sociais solicitam. "Recebi em audiência os líderes que me pediram audiência. Aqui recebo a todos. Os movimentos já vieram aqui várias vezes e todas as vezes que vieram e me pediram, eu recebi", justificou.

"Lutamos contra a ditadura dos fuzis, agora lutamos contra a ditadura da propina", discursou Reale Jr. logo após passar às mãos de Cunha o aditamento. O advogado defende que irregularidades cometidas em mandato anterior são passíveis de serem usadas para questionar o atual mandato de Dilma.

O jurista vinha elaborando já faz algum tempo parecer para embasar um pedido de impeachment encabeçado pelo PSDB de Aécio Neves. A oposição, porém, decidiu encampar o pedido de Bicudo. Em sua fala, a filha do ex-petista, Maria Lúcia Bicudo, cobrou ética e coerência. "Basta de mentiras."

Também estiveram no ato na presidência da Câmara líderes do Vem pra Rua (Rogério Chequer), do Movimento Brasil Livre (Fernando Holiday) e NasRuas (Carla Zambelli). Em suas falas, eles cobraram pressa de Cunha na análise do pedido contra a petista e ainda criticaram os deputados que não apoiam a saída de Dilma.

"A história haverá de cobrar dos senhores a covardia, o esconderijo. Tenho certeza que muitos outros ainda perceberão o que o povo quer", disse.

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Jornal da Paraíba

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