POLÍTICA
PT consegue assinaturas para projeto que prevê plebiscito
Partido já atingiu o mínimo de 171 assinaturas necessárias para protocolar projeto.
Publicado em 27/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:21
Após a realização do primeiro debate entre os seis candidatos à eleição para a presidência do PT, marcada para 11 de novembro, o atual presidente da sigla, Rui Falcão, afirmou que o partido já atingiu o mínimo de 171 assinaturas necessárias para protocolar um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre reforma política. O projeto será protocolado amanhã pelo líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), de acordo com Falcão.
O assunto surgiu em meio a críticas ao deputado federal Cândido Vacarezza (SP), alvo dos seis candidatos à presidência do partido no debate realizado nesta segunda-feira, 26, em São Paulo. Os representantes de todas as correntes petistas condenaram o fato dele ter aceitado o convite do PMDB para coordenar um grupo de trabalho sobre reforma política da Câmara dos Deputados. Vaccarezza chegou a ser desautorizado pela bancada do PT, mas não sofreu nenhuma punição.
Rui Falcão explicou que a estratégia do PT não era a de priorizar o grupo de trabalho da reforma política, mas, sim, o plebiscito.
Valter Pomar, membro da direção executiva e candidato ao comando da sigla, disse que Vaccarezza "precisa ser enquadrado pelo partido". "Não dá para admitir que um deputado do PT tenha o comportamento de um peemedebista", disparou.
"Acredito que o mandato do deputado Vaccarezza pertence ao PT. Não convém ao partido que uma comissão fadada ao fracasso seja presidida por ele", emendou Renato Simões, que também concorre ao cargo de presidente do partido.
"Não me ofereci, não saí chorando e não me articulei (para ser o coordenador do grupo de trabalho). Fui convidado pelo presidente da Câmara", respondeu Vaccarezza ao Estado. Ainda segundo ele, uma "minoria" do PT apresentou uma moção no diretório nacional para que fosse divulgada uma nota pedindo que ele deixasse o cargo.
DESINFORMAÇÃO SOBRE REFORMA
O Brasil acha a reforma política importante, mas sabe muito pouco sobre ela. Pesquisa Ibope/Estado mostra que dois em cada três brasileiros ouviram falar pela primeira vez do assunto ao serem interpelados pelo pesquisador - ou nem sequer conseguiram responder à questão - e menos de 1 em 10 entrevistados diz saber bem do que se trata.
Apenas 36% disseram ter conhecimento de que se discute a reforma política. Saber que o debate existe não significa estar por dentro do seu conteúdo.
Tanto que só 7% dos entrevistados se declararam bem informados sobre a reforma política. Outros 34% disseram ao Ibope estar pouco informados, e a maioria absoluta disse estar "nada informado" (52%) ou nem sequer soube responder (7%).
Considerando-se apenas os 41% que têm alguma informação (a soma dos "bem" e "pouco" informados), a maioria é favorável à realização da reforma política no Brasil: 39% concordam totalmente, 33% concordam em parte e 7% discordam.
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