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POLÍTICA

'Rede de intrigas' na internet vira arma para a guerra política

Factoides que se propagam 'à velocidade da luz' causam prejuízos, muitas vezes, irreversíveis. E a classe política parece já ter percebido isso.

Publicado em 19/07/2015 às 8:00

“O medo alimenta boatos. Quanto mais ansiedade coletiva um grupo tem, mais inclinado ele está a começar o moinho de boatos". Extraído do livro “Rumor Mills: The Social Impact of Rumor and Legend” ("Moinhos de rumores: o impacto social de boatos e lendas", em tradução livre), essa é apenas uma das teorias que tentam explicar a motivação, cada vez maior, do surgimento de boatos que se propagam na “velocidade da luz” com a ajuda das redes sociais. Na Paraíba, é comum o aparecimento de factoides, especialmente entre a classe política. A propagação de inverdades tem causado tantos problemas para os gestores, que, em muitos casos, só a divulgação de uma nota oficial é capaz de encerrar o assunto. Vide o caso do secretário de Segurança do Estado, Cláudio Lima. A informação recente de que ele teria pedido exoneração do cargo correu solta pelos grupos de whatsapps e exigiu do secretário um posicionamento oficial.

Conscientes do poder das redes sociais na disseminação de mentiras, os partidos dos principais candidatos à Presidência da República se organizaram, antes mesmo do início da campanha, para monitorar e combater a guerra de insultos e boatos contra seus candidatos na internet, sobretudo nas redes sociais. Os partidos viram nas publicações reproduzidas em massa por meio de e-mails, Facebook e Twitter potenciais ameaças às campanhas oficiais.

Especialista em marketing digital, o jornalista Jeoás Farias lembra que, para o bem ou para o mal, tudo se potencializa nas redes sociais. “Neste cenário, uma palavra mal colocada pode repercutir de tal modo que se perde o controle. Veja o que Aécio disse recentemente (“faço oposição ao Brasil”) e também as besteiras ditas pela presidente Dilma. Os memes são instantâneos”, disse o diretor executivo da Concepto Internet.

Em declaração recente, o escritor e filósofo Umberto Eco afirmou que as redes sociais deram voz a uma “legião de imbecis”. O pensador não esconde o tom crítico sobre o papel das novas tecnologias. "Normalmente, eles (os imbecis) eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel", disse no evento em que recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura pela Universidade de Turim, na Itália. Embora os boatos encontrem grande audiência nas redes, a Pesquisa Brasileira de Mídia, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República mostra que, em relação às novas mídias, reina a desconfiança. 71%, 69% e 67% dos entrevistados disseram confiar pouco ou nada nas notícias vinculadas nas redes sociais, blogs e sites, respectivamente.


Cartaxo e Ricardo na mira


O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), e o governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), não estão livres da boataria na rede. No início do ano, o presidente do PT na Paraíba, Charliton Machado, precisou desmentir a informação de que Cartaxo estaria analisando uma possível desfiliação do PT. Na versão espalhada nas redes sociais, o prefeito estaria com receio de que as denúncias de corrupção ligadas ao PT pudessem prejudicar o seu projeto de reeleição. Quando os boatos surgiram, Cartaxo estava de férias e, por isso, não se pronunciou.
O governador Ricardo Coutinho é alvo constante de boatos nas redes. Durante a campanha do ano passado, a coligação A Força do Trabalho, encabeçada por Coutinho, recorreu à Polícia Federal para identificar a origem de um boato de que o governo estaria pagando altos valores a auxiliares da gestão. O boato foi apelidado de “mensalão paraibano” e citava nomes como o procurador-geral da Paraíba, Gilberto Carneiro; o irmão do governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, e a atual secretária de Administração, Livânia Farias.


Exoneração do secretário de Segurança

Um caso recente e que agitou a imprensa no Estado foi a ficcional exoneração do secretário de Segurança Pública do Estado, Cláudio Lima. A informação correu solta pelos grupos de whatsapp e exigiu do secretário um posicionamento oficial. Através de nota, ele desmentiu o boato. “Adianto que essa informação é inverídica e se constitui, infelizmente, em mais um exemplo de uso pouco responsável das redes sociais”, escreveu. O boato surgiu após a escalada da violência registrada nos últimos meses


Prefeitos são vítimas de boatos durante campanha

A fábrica de boatos trabalhou a todo vapor no segundo semestre do ano passado, período de campanha eleitoral. Os prefeitos de Emas, Segundo Madruga (PMDB); de Mogeiro, Antônio José Ferreira (PR); e de Nova Palmeira, José Félix Filho – Zinho (PR) tiveram que se explicar após circular nas redes sociais que eles teriam anunciado adesão à campanha de Ricardo Coutinho, quando eles apoiavam o então candidato Cássio Cunha Lima (PSDB). Todos tiveram muito trabalho para explicar a confusão aos eleitores


Redes sociais propagaram boato sobre o Bolsa Família

Em maio de 2013, um boato de que o governo encerraria o Programa Bolsa Família ganhou uma proporção imensa, provocando grandes filas e tumultos em agências da Caixa Econômica Federal e casas lotéricas de 12 Estados. A primeira vez que o assunto foi citado nas redes sociais, partiu da filha de uma beneficiária de Cajazeiras, informando sobre o saque antecipado de sua mãe. "No entanto, a postagem desta informação não foi a origem dos boatos. Assim sendo, a internet e as redes sociais apenas reproduziram", constatou a PF


Filme sobre Dirceu

No início do ano, um perfil no Facebook divulgou que o Ministério da Cultura poderia destinar R$ 134 milhões para um filme sobre José Dirceu. O perfil, que usa o nome Leonardo de Oliveira Coelho, afirma que o Diário Oficial da União de 15 de fevereiro publicou uma portaria na qual destina o valor para o filme “O guerreiro do povo brasileiro", que contaria a vida de presidiário de José Dirceu. Não houve, sequer, Diário Oficial na data informada pelo internauta. A informação continua disponível na página e já contabiliza mais de 14 mil compartilhamentos


Confisco da caderneta de poupança

Um boato de confisco de cadernetas de poupança da Caixa Econômica se espalhou pela rede WhatsApp no início do ano e, em questão de horas, o país todo falava do assunto. A boataria aconteceu em pleno Carnaval. O Ministério da Fazenda se viu obrigado a emitir uma nota, que foi pouco divulgada justamente nas redes sociais em que a mentira foi espalhada. O assunto gerou pânico na população de norte a sul do país. "Tais informações são totalmente desprovidas de fundamento", dizia a nota emitida pela CEF


Dilma e o suicídio

Mesmo com irreverência, a presidente Dilma Rousseff se viu obrigada a desmentir um boato de que teria se internado depois de tentar suicídio. Após discursar em cerimônia no Palácio do Planalto, ela se aproximou de jornalistas e comentou: “Me disseram há pouco que correu um boato que eu estava internada, vocês acham que eu estava?”, disse, ao correr a mão pela silhueta mais fina, fruto de dieta rigorosa. O boato que se espalhou via redes sociais apontava que presidente teria tentado suicídio ao ingerir ansiolíticos e tranquilizantes

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Jornal da Paraíba

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