POLÍTICA
Renan ameaça retomar projeto de repatriação de recursos no exterior
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, adiou a votação da proposta, que cria um programa para regularização de recursos mantidos por contribuintes no exterio.
Publicado em 10/11/2015 às 8:00
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que se a Câmara Federal não finalizar, até o fim do ano, a votação do projeto de lei de repatriação de recursos depositados ilegalmente no exterior, o Senado poderá retomar o texto original da proposta, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), para dar andamento à matéria.
Na semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adiou a votação da proposta, que cria um programa para regularização de recursos mantidos por contribuintes no exterior. O adiamento surpreendeu o núcleo duro do governo da presidente Dilma Rousseff, que havia elencado sua aprovação como uma das prioridades daquela semana no Legislativo. "A repatriação trancou a pauta do último semestre legislativo mas houve uma exigência da Câmara para que ela fosse tramitar primeiro lá e o Senado não fez nenhuma objeção. Estamos na expectativa de que a Câmara conclua a tramitação da repatriação. Se ela não fizer isso, nós vamos considerar o caso para conversar com os líderes para dar prosseguimento à matéria originária aqui na Casa", disse.
Randolfe apresentou a proposta no início do ano mas, em julho, Cunha exigiu que o Planalto apresentasse um texto próprio sobre a matéria. Ele chegou a ameaçar não votar o projeto se ele fosse analisado primeiro pelo Senado.
Em setembro, então, o governo enviou um projeto de sua autoria, com urgência constitucional, para garantir sua rápida tramitação, mas até agora a Câmara não tomou uma decisão. O governo avalia que poderá arrecadar cerca de R$ 11 bilhões com a medida.
O relator do projeto na Câmara é o deputado paraibano, Manoel Júnior (PMDB-PB).
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