POLÍTICA
Roberto Santiago entra com habeas corpus no STJ para conseguir liberdade
Recurso foi apresentado neste domingo (24). Empresário está preso desde a sexta-feira (22).
Publicado em 24/03/2019 às 12:27 | Atualizado em 25/03/2019 às 7:39
A defesa do empresário Roberto Santiago entrou com habeas corpus, neste domingo (24), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, para tentar conseguir a liberdade dele. Santiago foi preso preventivamente na sexta-feira (22) durante a terceira fase da Operação Xeque-Mate, que investiga um esquema de corrupção na cidade de Cabedelo, na Grande João Pessoa .
O JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com a defesa de Roberto Santiago para ter mais detalhes sobre o recurso, mas os representantes do empresário informaram que não podiam falar. O habeas corpus tem um pedido de liminar e está sob a relatoria do ministro Félix Fischer.
A terceira fase da 'Xeque-Mate', desencadeada pela Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), teve como foco um esquema de fraudes em licitações na prefeitura de Cabedelo.
De acordo com a Polícia Federal, Santiago tem participação em fraudes em licitação, apontando as empresas vencedoras em troca de benefícios pessoais. Os contratos investigados, com duas empresas, superam a quantia de R$ 42 milhões.
Segundo o delegado Fabiano Emídio, responsável pela investigação, Santiago estava tentando atrapalhar as investigações. Uma testemunha relatou uma tentativa de cooptação por parte do empresário. Esse depoimento foi fundamental para o pedido de prisão preventiva.
"Ele teria enviado emissários para uma determinada pessoa. Essa pessoa veio até nós para dizer que a intenção era de que eventuais delatores não delatassem o nome dele. Isso é um indício a mais que reforça essa medida importante, que é a prisão preventiva”, pontuou o delegado em coletiva na sexta-feira.
Mas isso não é tudo. O nome de Santiago está envolvido na Xeque-Mate desde a primeira fase da investigação. Ele foi apontado como o responsável pelos pagamentos que resultaram na compra do mandato do ex-prefeito Luceninha, ato que seria a o pontapé inicial do esquema em Cabedelo, que começou após a posse de Leto Viana (PRP) na prefeitura. O empresário inclusive foi denunciado por isso. Leto está preso desde abril de 2018.
Preso em Batalhão da Polícia Militar
Na sexta-feira, Santiago foi preso em casa no bairro do Bessa e levado para a sede da Polícia Federal. Ele passou por audiência de custódia no Fórum Criminal de João Pessoa, onde a prisão preventiva foi mantida.
Após a audiência, ele foi levado para o 1º Batalhão de Polícia Militar, no Centro da capital. “Mesmo não possuindo curso superior, foi acordado que, por uma questão de organização prisional e segurança, encaminhar o custodiado para um dos Batalhões da Polícia Militar”, explicou o juiz substituto da 2ª Vara da Comarca de Cabedelo, Henrique Jorge Jácome de Figueiredo, que conduziu a audiência.
O empresário não pode receber visitas de pessoas que não sejam familiares e advogados. A medida, segundo o Tribunal de Justiça, pretende evitar a ingerência de pessoas envolvidas no processo judicial.
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