POLÍTICA
Segurança dos juízes é tema de encontro
89º Encontro do Colégio Permanente dos presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que acontece desde ontem em João Pessoa.
Publicado em 14/10/2011 às 6:30
Os crimes de morte envolvendo membros da magistratura brasileira serão um dos temas do 89º Encontro do Colégio Permanente dos presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que acontece desde ontem em João Pessoa. “Nós estamos vivendo um momento muito delicado no tocante à magistratura”, disse o desembargador Marcus Faver, presidente do colégio.
Ele lembrou do caso da juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Patrícia Acioli, assassinada em agosto em Niterói (RJ). Ela estava numa lista de doze pessoas marcadas pra morrer, segundo investigadores da polícia. Na Paraíba, o Tribunal de Justiça já dispõe de informações de que há juízes sob ameaça de morte.
Para o desembargador Marcus Faver, o que aconteceu com a juíza Patrícia Acioli não foi um assassinato normal, um crime comum. “Foi um crime contra a instituição Poder Judiciário no Brasil”, afirmou. Segundo ele, um encontro como o que acontece em João Pessoa não poderia deixar de debater um assunto grave como esse. “É preciso ter muita coragem para trabalhar na Justiça”, comentou o magistrado.
Ele disse que mesmo exercendo uma profissão perigosa, o juiz não pode ter medo de cumprir o seu papel na sociedade. “Desde o julgamento de Jesus Cristo não há salvação para juiz covarde. É preciso que todos tenham a visão desse problema e isso não é de agora, nem é um privilégio do Brasil”, afirmou Marcus Faver, lembrando dos juízes que foram mortos na Itália por lutarem contra os chefões da máfia.
O presidente do TJ-PB, desembargador Abraham Lincoln, revelou que já existe uma comissão de segurança funcionando no tribunal para tratar dos casos de ameaça de morte contra magistrados paraibanos. Ontem, ela se reuniu, sob a presidência do desembargador João Benedito, para discutir o caso de um juiz que está sendo ameaçado de morte.
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