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POLÍTICA

Senadora do PP recebe título de cidadã e faz palestra em João Pessoa

Ana Amélia afirma que a saída da crise passa pelo impeachment  da presidente Dilma Rousseff.

Publicado em 10/04/2016 às 9:00

A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) outorga o Título de Cidadã Pessoense a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), nesta segunda-feira (11), às 15h, no Plenário Senador Humberto Lucena. A propositura é do vereador Marco Antonio (PHS), líder do governo na Casa de Napoleão Laureano.

De acordo com o vereador, a propositura se deve aos relevantes serviços prestados pela senadora a população brasileira, refletindo assim nos milhares de cidadãos pessoenses e paraibanos beneficiados com, pelo menos, uma das proposituras apresentadas por Ana Amélia Lemos no Senado Federal.

Em entrevista exclusiva ao JORNAL DA PARAÍBA, a parlamentar, que é formada em jornalismo, falou do momento político e defendeu a punição das lideranças políticas do seu partido que aparecem envolvidas no escândalo da Lava Jato. “Quem cometeu crime tem que pagar pelo crime cometido”, afirmou.

JORNAL DA PARAÍBA - Qual o significado da homenagem que a senhora vai receber da Câmara Municipal de João Pessoa?
ENTREVISTADA - Eu fiquei muito honrada com essa distinção e penso que outras pessoas poderiam com mais razão do que eu estar sendo agraciada com essa comenda que honra muito, especialmente para nós gaúchos, que temos uma relação histórica com a Paraíba. Eu queria agradecer muito. Eu fiquei muito honrada e até surpresa com essa decisão. Será uma oportunidade renovada de rever essa capital, que os gaúchos querem tão bem e eu especialmente.

JP - Fale um pouco da sua atuação no Senado. Quais as bandeiras que a senhora tem defendido?
ENTREVISTADA - Eu sou senadora de primeiro mandato. Durante quase 40 anos fui jornalista, multimídia no sul do Brasil, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Trabalhei numa mesma empresa, um grupo vinculado à Rede Globo, chamado RBS, por 33 anos. Mas trabalhei também em outros veículos de comunicação. Eu fazia cobertura econômica e política, acompanhando viagens presidenciais de João Batista Figueiredo até Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010 eu me filiei ao Partido Progressista (PP), quando disputei a eleição para o Senado, obtendo 3 milhões, 442 mil votos. Esta foi a primeira eleição que eu disputei na minha vida. Assumi o mandato em fevereiro de 2011 e desde então tenho me dedicado a várias questões de interesse nacional, particularmente a saúde e esta é uma das razões pelas quais eu estou sendo agraciada com a medalha porque o Doutor Marcelo (Marcelo Queiroga – médico cardiologista) trouxe demandas de portadores de deficiências cardíacas. Nós fizemos esse trabalho, que foi a realização de uma audiência pública de grande repercussão. Eu sou autora de uma lei que está em vigor que obrigou que os planos de saúde paguem aos portadores de câncer a chamada quimioterapia oral. Eu trabalho em várias frentes no Senado Federal e tenho viajado muito pelo Brasil inteiro. Atualmente eu presido a comissão de agricultura e reforma agrária do Senado.

JP - Aqui na Paraíba a senhora vai também falar sobre a conjuntura atual do país?
ENTREVISTADA - Eu acho que é inescapável não abordar porque não somos avestruzes, não podemos esquecer que estamos vivendo uma aguda crise econômica, uma crise de dimensão política enorme, talvez como nunca na história recente do país tenha sido enfrentada e também uma crise moral e ética. O que conforta nesse processo todo é que nós estamos percebendo a força das instituições que estão operando nesse processo, que são o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal. Eu lamento como cidadã e como senadora profundamente todos os movimentos que se fazem para tentar fragilizar ou desqualificar o trabalho, seja do juiz Sérgio Moro, da chamada República de Curitiba, seja do Ministério Público Federal, com Rodrigo Janot, seja da Polícia Federal, no comando do diretor-geral Leandro Daiello. Eu penso que essas instituições precisam do apoio da sociedade brasileira, porque a sociedade brasileira cansou de tanta corrupção no país. Eu não sou torcedora do quanto pior melhor. Pelo contrário, eu sou uma senadora independente. O meu partido está na base do governo e nós da secção do PP do Rio Grande do Sul, que é a maior do país, com sete deputados estaduais, seis deputados federais, uma senadora e 230 mil filiados no Estado, pedimos ao diretório nacional que o partido saísse do governo e votasse pelo impeachment da presidente da República. Mas o presidente Ciro Nogueira entendeu de fazer diferente e depois de passar o período da janela de mudança de partido anunciou que o PP daria apoio ao governo. Talvez ele tenha alguma razão pra isso, mas não houve uma consulta clara às bases a respeito de por que tomou essa decisão.

JP - Como a senhora analisa o fato de que o seu partido tem o maior número de parlamentares denunciados na Lava Jato?
ENTREVISTADO - É lamentável, eu fico muito triste. Eu sou Ficha Limpa e falo de cadeira. Uma coisa eu lhe digo: a minha régua moral é a mesma que eu aplico do meu correligionário ao meu adversário político. Quem cometeu crime tem que pagar pelo crime cometido. Não há outro caminho se você não quiser moralizar o país. Você tem de ser implacável e intolerante com a corrupção. Lamento profundamente que o meu partido tenha muitas figuras envolvidas nesse caso da Operação Lava Jato. Mas cada um tem que pagar pelo que fez.

JP - A senhora acha que a renúncia da presidente Dilma seria a melhor saída para essa crise?
ENTREVISTADO - Essa é uma questão muito pessoal. Dizer que seria a melhor saída seria tentar subjetivamente estar sugerindo a ela uma decisão que cabe exclusivamente a ela. Eu acho que o único caminho que nós temos a mão agora é o caminho do processo de impeachment que está tramitando na Câmara Federal. Acho que o relatório apresentado esta semana pelo relator é muito complexo, muito bem fundamentado. Agora tratam de dizer que a assessoria do relator tem ligações com o presidente da Câmara. Todas essas tentativas são uma vã ilusão de imaginar que com isso compromete a qualidade do trabalho feito e também compromete o resultado dessa votação, que será de voto aberto. Cada deputado vai mostrar a cara para o seu eleitorado. Eu quero saber quem vai ter coragem de enfrentar o eleitorado que está cansado, como eu disse, de tanta corrupção no nosso país.

JP - Como a senhora vê a proposta de eleições gerais no país?
ENTREVISTADO - Em tese essa proposta é muito simpática. Em tese apenas. Para que haja novas eleições todos os deputados e senadores têm que abrir mão de seu mandatos, porque você não vai fazer uma eleição geral só para presidente e vice-presidente. Aí é brincadeira. Você tem que fazer uma eleição nova para a Câmara e para o Senado. Ironicamente a presidente da República disse: quando os deputados e senadores responderem se estão dispostos a abrir mão de dois anos de mandato então venham cá falar comigo que eu aí respondo. Primeiro é preciso que todos abram mão de dois anos de mandato. A presidente da República da mesma forma. Então começa por aí o primeiro impasse. As condições práticas de você fazer essa eleição geral elas se esgotam porque as dificuldades são maiores do que as facilidades ou que o benefício da eleição.

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Jornal da Paraíba

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