POLÍTICA
Valdemar e Jefferson cometeram corrupção
Ministro Joaquim Barbosa disse ontem que considera "materializado o crime de corrupção passiva".
Publicado em 20/09/2012 às 8:00
Relator do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Joaquim Barbosa disse ontem que considera "materializado o crime de corrupção passiva" do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), do ex-deputado Bispo Rodrigues e do ex-tesoureiro Jacinto Lamas, ambos do extinto PL e atual PR. O ministro retomou ontem a leitura de seu voto sobre as denúncias contra o núcleo político do mensalão.
Sobre a acusação contra Valdemar, que na época do escândalo era presidente do então PL, Barbosa disse que "ao contrário do que alega a defesa, houve sim demonstração de pagamento de valores em seu benefício durante o período de dois anos e houve concentração de pagamentos no período de reformas importantes".
O relator apontou ainda que o dirigente do PL recebeu milionários repasses e contou com a "colaboração criminosa de Jacinto Lamas" que recebia os recursos de esquema de compra de apoio político nos primeiros anos do governo Lula (2003-2010).
JEFFERSON
O ministro Joaquim Barbosa também afirmou que o delator do esquema, Roberto Jefferson, presidente do PTB, cometeu corrupção passiva e foi beneficiado pela "engrenagem criminosa" do empresário Marcos Valério. "Jefferson sabia da existência do que ele chamou de mesada a parlamentares. [...] Quando passou a ser ele próprio beneficiário de recursos do PT, tinha a consciência de que os pagamentos eram feitos em troca da consolidação da base aliada do governo na Câmara", asseverou Barbosa
Roberto Jefferson admitiu ter recebido R$ 4 milhões, mas nega que os recursos foram para comprar apoio.
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