Agricultor paraibano passa por transplante de mão inédito no Brasil

O agricultor paraibano Damião de Oliveira Bezerra, de 47 anos, passou por um transplante inédito no Brasil. Ele está em Pernambuco, onde realizou uma cirurgia na quarta-feira (13), para colocar a mão esquerda no braço direito. Somente sete cirurgias como essa, de transplante de mão, foram feitas no mundo inteiro.

Damião perdeu a mão direita quando tinha 17 anos em um acidente numa máquina de triturar ração de gado quando trabalhava em uma fazenda no município de Monteiro, no interior da Paraíba, onde mora atualmente.

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O agricultor é destro e teve que aprender a fazer tudo com a mão esquerda, mas em 2021 sofreu um acidente de carro. No acidente, teve a orelha arrancada e quebrou o osso do ombro, além de perder os movimentos do braço esquerdo e da mão.

Após sofrer o acidente, Damião ficou 28 dias internado e em Campina Grande, passou por cirurgia da orelha e do ombro, mas não recuperou os movimentos do braço esquerdo e da mão.

O agricultor viajou para Pernambuco e passou por um transplante de mão no Instituto SOS Mão, em Recife. A cirurgia, primeira do tipo no Brasil, durou 14 horas e foi comandada pelos médicos Rui Ferreira e Mauri Cortez. Segundo o Instituto, o estado de Damião é estável.

O cirurgião Mauri Cortez falou sobre a não utilização de uma prótese e a realização do transplante de mão. “A prótese não substitui totalmente o membro que ele [Damião] tinha antes. Ela não tem sensibilidade, não tem a força exata como a mão tem normalmente”, explica Mauri Cortez.

Rui Ferreira, cirurgião, explica o período de recuperação após a cirurgia, que dura em torno de 5 à 8 horas. “No mundo todo, o implante tem 98% de chance de ser normal. Abrir e fechar a mão após 3 semanas e voltar a ter os movimentos finos quando os músculos dentro da mão começarem a recuperar”, informa o cirurgião.

A cirurgia irá possibilitar que Damião volte a realizar sozinho atividades simples do dia a dia, como escovar os dentes. O agricultor que teve que aprender a usar a mão esquerda, terá que reaprender novamente. "Passar a vida inteira aprendendo", comenta ansioso pela independência que o transplante trará.

*Com TV Cabo Branco