Chip da beleza: entenda riscos de procedimento usado por Flay

A cantora paraibana Flay foi destaque no Fantástico deste domingo (16), ao falar sobre reações adversas que teve após o uso do 'chip da beleza' para procedimentos estéticos. "A gente acaba se comparando com os outros e recorrendo o tempo todo a metodos e procedimentos", disse ela.

Após o implante, a vencedora do The Masked Singer Brasil apresentou excesso de acne e relatou ao Fantástico que teve inchaço. O endocrinologista Mário Coutinho falou dos riscos desse procedimento à base de hormônios.

O que é o chip da beleza

O endocrinologista explicou que o chip da beleza é um tubo com a medicação Gestrinona, que é colocado na camada subcutânea da pele. A substância é um hormônio utilizado há cerca de 40 anos para tratamento da endometriose, via oral.

Segundo Mário Coutinho, não existem estudos sobre a segurança e eficácia do implante da substância.

"Não existem estudos de segurança e eficácia da gestrinona para tratamento de endometriose por uso parenteral, particularmente, por meio de implantes. Como a gestrinona também é um hormônio com ações anabolizantes e, está na lista de substâncias proibidas no esporte da World Anti-Doping Agency (WADA)".

Uso como procedimento estético

A gestrinona pode ter efeitos androgênicos, como perda de peso, aumento de massa muscular e da libido. Por isso, passou a ser amplamente utilizada com fins estéticos. Entretanto, conforme Mário Coutinho, há grande possibilidade dos usuários apresentarem muitas reações adversas.

Os efeitos adversos associados ao uso de implantes de gestrinona podem ser : acne, aumento de oleosidade de pele, queda de cabelo, aumento de pelos, mudança de timbre da voz, clitoromegalia, que é um aumento atípico do clítoris", explicou.

Mário Coutinho ressalta que o 'chip da beleza' não é reconhecido pela Endocrine Society (Sociedade de Endocrinologia Americana), pela North American Menopause Society (Sociedade Americana de Menopausa – NAMS) e nem pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). "A justificativa é por não estar de acordo com a padronização de medicamentos hormonais, por não ter aprovação de uso pelas diferentes agências regulatórias em diversos países e, principalmente, por não existirem evidências científicas de qualidade referentes à eficácia e segurança dos implantes de gestrinona".

Ainda de acordo com o endocrinologista, o Conselho Federal de Medicina proibiu o uso do anabolizante para fins estéticos e de aumento do desempenho físico.