SAÚDE
Pediatra Ana Escobar tira dúvidas sobre o impacto das variantes da Covid-19 em crianças e importância da vacina
Esse é o tema do programa Paraíba Comunidade deste domingo (13), exibido nas Tvs Cabo Branco e Paraíba.
Publicado em 13/02/2022 às 6:40 | Atualizado em 13/02/2022 às 7:26
João Pessoa já aplicou mais de 20 mil doses de vacina contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. A previsão é que mais de 70 mil crianças sejam imunizadas contra o coronavírus. Apesar dos dois imunizantes em circulação terem aprovação da Anvisa e terem sido aplicado em mais de 100 milhões de pessoas em idade infantil no mundo, muitos pais tem receitos a respeito da vacinação.
O tema foi assunto do programa Paraiba Comunidade deste domingo (13), exibido nas TVs Cabo Branco e Paraíba. O programa ouviu a pediatra e comunidadora de saúde Ana Escobar sobre a eficácia da proteção e os impactos da Covid-19 para as crianças. Confira os principais pontos da entrevista dada ao apresentador Hildebrando Neto.
O que falta para que as pessoas entendam que a vacina é a principal arma contra Covid?
Ana Escobar: Não tem que ter dúvida, essas vacinas liberadas para adultos, crianças e adolescentes são seguras e eficazes. Não tem nenhum efeito colateral que justifique a suspensão. Mais de 100 milhões de crianças já foram vacinadas no mundo e não houve nenhum efeito adverso grave, devem vacinar tranquilamente os filhos.
Os pais tem, ainda, receios de sequelas. Como deve ser o diálogo com essas pessoas?
Ana Escobar: Esses pais que estão resistentes de dar vacinas têm que pensar uma coisa: de que são feitas as vacinas? Temos duas vacinas aprovadas, a CoronaVac e a Pfizer. A CoronaVac é uma metodologia que a gente já conhece há anos, a vacina da gripe é assim, da hepatite é assim. Na década de 50 já tinham feito vacina com vírus inativado, não há motivo de temer nem a curto nem a longo prazo. A Pfizer não é uma vacina nova, estudos que permitiram a formação dela são muito antigos. A gente não inventaria um smartphone de última geração do nada, teve vários antes pra que a gente chegasse onde tá hoje. Com a Pizer é a mesma coisa, vem de muito estudo. As pessoas precisam dessa segurança.
Até que ponto a tradição de vacinas no Brasil ajudou a essa boa aceitação pra Covid, a qualidade do Plano Nacional de Imunização também ajudou?
Ana Escobar: Nosso programa é um dos melhores do mundo, é exemplar. A gente tem uma tradição de vacina que vem do tempo do zé gotinha. O Brasil deu exemplo sempre. Agora estamos observando que, no último governo, existe uma campanha subliminar antivacina. Não está tendo no país a devida educação em saúde que deveria ter, as pessoas estão recebendo uma informação duvidosas, e isso pode prejudicar muito.
Só agora as crianças começaram a se infectar com a doença? Antes estavam "imunes"?
Ana Escobar: Já havia infecção antes, mas era menor. A variante ômicron tem uma capacidade de penetrar mais nas células, a infecção e transmissão é muito maior. Há um número gigante de pessoas sendo acometidas ao mesmo tempo. Algumas dessas crianças não têm evoluído bem, por isso que várias UTIs infantis tiveram problemas. A variante não pega mais crianças, pega mais gente ao mesmo tempo.
Se falou de uma outra variante recentemente, de que forma as crianças estão mais vulneráveis?
Ana Escobar: Aparentemente ela é parecida com a ômicron, mas ainda precisamos observar. Ela também tem uma grande capacidade de disseminação, não necessariamente de gravidade. É necessário analisar mais, mas o aparecimento de novas variantes só reforça a necessidade da vacina, quando uma quantidade grande da população estiver vacinada o vírus para de circular e as variantes podem parar de aparecer. Sem vacina as variantes continuam aparecendo, e corremos o risco de uma delas ser resistente à vacina
A ação do vírus é a mesma em um organismo adulto e um infantil?
Ana Escobar: Os sintomas clínicos são parecidos. Dor de garganta, tosse seca, dor de cabeça. A febre dá um pouco mais em criança. Mas elas têm, em geral, como em todas as doenças infecciosas, uma facilidade de se recuperar mais rápido.
Síndrome pós covid também pode afetar crianças? As sequelas da doença?
Ana Escobar: Sim. E essa síndrome pode ser muito desconfortável pras crianças, imagina uma criança de 6/7 anos tendo meses de cansaço, compromete o desenvolvimento da crianças. Tem que evitar essa Covid longa, por isso crianças vacinadas têm uma resistência melhor diante dessas sequelas.
Qual avaliação desse momento da pandemia? existe sinalização para o fim?
Ana Escobar: Nesse momento a taxa de mortes ta muito alta, e isso preocupa. Porém, em São Paulo, por exemplo, está caindo. Em alguns lugares parece que está querendo diminuir. Como na Europa, a ômicron deu aquela explosão e depois diminuiu. No Brasil estamos na explosão, mas esperamos que diminua. Por isso manter os cuidados como máscara e distanciamento ainda são necessários.
Para conferir a entrevista na íntegra basta acessar o site do Paraíba Comunidade
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