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Currículo de papel perde espaço para web; saiba como inovar
Mercado exige que candidatos inovem na hora de 'vender o peixe'.
Publicado em 19/02/2011 às 18:50
Karoline Zilah
O tradicional currículo de papel está perdendo espaço na era digital. Prova disso é a ‘invasão’ de profissionais na internet em busca de um emprego. É cada vez mais comum encontrar currículos digitais disponibilizados em diferentes formatos, sejam eles em banco de dados de empresas, em websites particulares ou especializados ou via e-mail. Até suas contas em redes sociais e canais como YouTube, Facebook, Twitter e Orkut podem servir de vitrine para seus trabalhos.
Esse jeito criativo de ‘vender o peixe’ tem atraído muitos adeptos e chamado a atenção de empresas na caça por talentos. Isso porque criar um currículo, um cartão de visitas ou um portfólio original pode mostrar do que o candidato à vaga é capaz.
Um exemplo é este vídeo interativo divulgado na web e postado pela central de participação do Paraíba1, o euQfiz. Nele, um estudante se candidata a uma vaga de estágio como diretor de criação. O rapaz disponibiliza seu portfólio para consulta mostrando os trabalhos desenvolvidos especialmente para iPhone e iPad.
Para o designer Rodrigo Motta, que também é professor no curso de Jogos Digitais da Facisa, em Campina Grande, divulgar o currículo na internet tem muitas vantagens: 'quebra' a barreira da distância e abre mais portas. O profissional ganha maior visibilidade, pode se candidatar a diversas vagas sem sair de casa e não "perde" tempo enviando várias cartas pelo correio. Além disso, para muitas empresas e consultorias, receber currículos em papel já é passado.
Designer criou site para divulgar currículo
"As pessoas que se diferenciam são as mais lembradas. Na área de games, por exemplo, não há melhor cartão de apresentação do que um jogo criado pelo candidato. A criatividade é totalmente válida e comprova o que você é capaz de fazer", explica.
E a vontade de se destacar em meio a tanta concorrência não deve valer apenas na hora de se candidatar a uma oportunidade. "Mesmo estando empregado, você tem que ser um empreendedor", comenta o professor.
Dicas de expert
Está enganado quem pensa que é preciso dominar técnicas de design, produção de vídeos ou sites para desenvolver um currículo mais interessante. Quem não tem computador, por exemplo, pode procurar uma lan house. Rodrigo explica que pequenos detalhes já são capazes de fazer o diferencial e captar a atenção do contratante.
As dicas são adequadas principalmente para profissionais nas áreas de tecnologia, comunicação social, publicidade, design música, cinema, mas também podem ser aplicadas por quem trabalha com a criatividade.
Para Rodrigo (foto), não é estritamente necessário seguir as regras e elaborar um currículo em tópicos. É possível começar usando um papel de cor diferente, uma fotografia inovadora do candidato ou até mesmo criar um site ou blog na internet para divulgar suas criações.
Ao inserir suas informações, a recomendação é a mesma dos tradicionais currículos: o essencial é evitar aqueles currículos com muitas páginas, que cansam a leitura e sequer atraem o empregador. O desafio é concentrar tudo numa página só.
"O ideal é qualquer currículo funcione como um índice, um sumário de sua carreira. Liste as tarefas principais que você desenvolve, e não toda a sua vida. Ele tem que ser objetivo e direto: o que você quer e o que você sabe fazer, sem entrar em detalhes", recomenda.
Além disso, é bom estar sempre atento à sua conduta nas redes sociais. O que você diz no Twitter, no Facebook, em blogs e no Orkut pode contar pontos ou gerar uma repercussão negativa.
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