"O empreendedor, na verdade, olha para o mundo, tenta encontrar uma necessidade não suprida, tenta entender porque ninguém desenvolveu uma solução que funcionasse e, depois disso, desenha a dele. E aí é um trabalho contínuo: ele melhora, melhora, melhora até dar certo", opina Bel Pesce, empreendedora e fundadora da FazInova, escola de empreendedorismo e habilidades. Nascida em São Paulo e autora do livro "A Menina do Vale", Bel estudou no renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT) e, durante a universidade, trabalhou em empresas como a Microsoft, Google e Deutsche Bank. De volta para o Brasil, em 2013, inaugurou a FazInova, uma escola que, segundo ela, carrega a missão de desenvolver talentos e transformar o Brasil em um país mais empreendedor.
Mesmo sendo uma das maiores entusiastas do empreendedorismo, para ela, nem todo mundo está preparado para ser um empreendedor, no sentido de, realmente, abrir uma empresa: precisa ter estômago, tolerar riscos e saber lidar com as incertezas que muitas vezes surgem pelo caminho. Além disso, é preciso estar atento: muitas pessoas costumam mistificar a profissão.
"Algumas pessoas entram para esse mundo pensando 'Que bom, eu não vou ter chefe, vou fazer meu próprio horário e conseguir fazer muito dinheiro!'. Coitados. Você não vai ter chefe, mas vai ter cliente, que tolera muito menos. Você vai fazer seu horário, que vai ser o horário todo. E você pode até fazer dinheiro, mas a probabilidade é baixa. Sempre existe o risco das coisas não darem certo", opina. "A pessoa tem que entrar sabendo que não é fácil para ele ser resiliente quando tropeçar. Ela vai tropeçar. Não tem quem não tropece. Só não tropeça quem já tem a resposta para tudo e se ela tiver a resposta para tudo, aí ela não vai ser inovadora. Ela tem que entrar sabendo que vai tropeçar e mesmo assim conseguir manter o entusiasmo", complementa.
Em seu livro "A Menina do Vale", um dos principais tópicos que Bel Pesce traz é sobre a necessidade de ser apaixonado pelo que se faz. Mas, mesmo assim, ela pontua: "Eu sempre digo que é preciso ser apaixonado pelo que faz, mas fazer o que ama não é necessariamente passar o dia inteiro fazendo o que gosta. A gente tem que lidar com muita coisa ao longo do caminho que não é aquilo que nós amamos. Quando eu falo de paixão eu estou falando de algo que é tão importante para você que você aguentaria coisas que você odeia para conseguir ver o que você ama acontecendo", finaliza.
Glocal Arts usa web para vender obras de arte
Uma outra grande iniciativa da Paraíba de empreendedorismo na web é o site Glocal Arts, o primeiro espaço de comércio virtual dedicado à compra e à vende de obras artísticas. Uma ideia inovadora que foi posta em prática. O site funciona da seguinte forma: primeiro, o artista faz um cadastro gratuito na plataforma, e a partir da primeira obra que disponibiliza em seu acervo, seu cadastro passa por uma avaliação. Sendo liberado, o artista já pode dar início à exposição de seus produtos e, também, a vendê-los. Os artistas têm total liberdade de escolher o valor que será cobrado pela sua obra e o único custo para ele será uma porcentagem na venda.
Para um de seus entusiastas, o empreendedor Vinnie de Oliveira, é importante ter em mente que o empreendedorismo seja online ou nos formatos mais tradicionais segue os mesmos princípios. "Um E-commerce ou uma loja na periferia, por exemplo, seguem os mesmos processos de registro legal, contabilidade, gestão, recursos humanos. Diria que ser online, para muitos pode parecer simples e o empreendedor se transforma em ‘milionário’ na semana seguinte, mas a competição e os custos de aquisição de clientes podem ser bem mais altos que o processo convencional. Ter um ponto em uma avenida movimentada pode ser mais barato que ser visto nas redes sociais ou nos mecanismos de busca como o Google", afirma.
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