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ECONOMIA

Cesta tem alta de 20,5% em JP

No primeiro semestre deste ano, a cesta da capital paraibana fechou com a segunda maior alta (20,57%) entre as 18 capitais brasileiras.

Publicado em 05/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:20

A redução dos tributos nos alimentos básicos parece que não impediu a escalada de preços sobre o valor dos itens que compõem a cesta básica em João Pessoa. No primeiro semestre deste ano, a cesta da capital paraibana fechou com a segunda maior alta (20,57%) entre as 18 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em primeiro lugar vem Aracaju, com reajuste de (21,57%).

Em junho, o valor da cesta ficou em R$ 285,47 contra R$ 252,78 em dezembro do ano passado. Já a variação de junho sobre maio, a cesta apresentou uma pequena redução de 0,39% em João Pessoa. Com esse resultado, a capital paraibana continua ocupando a quinta colocação no ranking das cestas com o menor custo.

No primeiro semestre de 2013, sete produtos apresentaram elevações em seus preços: banana (127,07%), farinha (60,17%), feijão (41,99%), tomate (41,26%), leite (19,18%), manteiga (9,12%), carne (0,31%) e pão (0,14%). Quatro apresentaram reduções: óleo de soja (-13,13%), café (-5,56%), arroz (-4,17%) e açúcar (-1,06%).

Em 12 meses, nove produtos apresentaram alta na capital paraibana: farinha (135,66%), banana (111,94%), tomate (37,91%), arroz (25,08%), leite (24,26%), feijão (21,55%), pão (11,27%), manteiga (8,23%) e carne (4,54%). Apenas três produtos apresentaram reduções: óleo (-6,52%), açúcar (-1,06%) e café (-0,8%).

O supervisor técnico do Dieese-PB Renato Silva afirmou que a pequena retração no mês de junho registra a segunda baixa do ano no valor da cesta básica. Segundo ele, isso deve ser uma tendência para os próximos meses, considerando o anúncio do governo federal que prevê produção recorde de grãos no país. “Produtos como feijão e arroz são importados na Paraíba. Então, com a expectativa de safra recorde este ano, o preço dos itens que vêm de fora deve cair”, afirmou Renato Silva.

Sobre o segundo maior aumento entre as capitais brasileiras no semestre, Renato Silva afirmou que isso não é algo excepcional, se for avaliado o desempenho do valor da cesta básica em João Pessoa nos últimos meses. “Em 2012, de janeiro a dezembro, João Pessoa também teve o segundo maior aumento da cesta básica no país. E nos últimos meses deste ano ela vem apresentando alta. Esta é a segunda baixa do ano. Isso representa aumento no custo de vida das pessoas. Esperamos que a inflação diminua para que puxe a queda dos alimentos”, disse.

Vale lembrar que o valor da cesta básica na capital da Paraíba em dezembro de 2012 custava R$ 237,85 e apresentou alta de 16,47% no acumulado do ano, perdendo apenas para Fortaleza que teve reajuste de R$ 17,46% no período.

Renato Silva acrescentou que o governo federal vem divulgando medidas para conter a queda nos preços dos alimentos e alguns deles são a desoneração do PIS e da Cofins sobre alguns produtos alimentícios e no valor do combustível.

NO PAÍS

Dez das 18 capitais em que o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica apresentaram retração nos preços. É o segundo mês consecutivo em que há predomínio de queda no valor da cesta básica. As maiores retrações foram registradas no Rio de Janeiro (-3,55%), Vitória (-3,14%), Manaus (-2,07%) e Belo Horizonte (-2,0%). Os aumentos ocorreram em oito capitais, entre as quais se destacam Aracaju (3,05%), Brasília (2,87%) e Recife (1,97%).

A capital paulista - apesar da queda de preços da cesta básica no ultimo mês (-0,46%) - continuou a ser a localidade com o maior valor para o conjunto de produtos essenciais (R$ 340,46). Já Aracaju (R$ 248,07), Salvador (R$ 260 20) tiveram os menores valores médios.

MÍNIMO DE R$ 2.860,21

Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário, que pela legislação deve ser capaz de suprir as despesas de uma família, deveria ter sido de R$ 2.860,21, ou seja, 4,22 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678.

ALIMENTOS COMPROMETERAM 40% DA RENDA

Nas ruas, o consumidor tem que usar a criatividade para 'driblar' a alta dos alimentos. A telefonista Suzy Elady da Silva, por exemplo, afirmou que alguns produtos da cesta básica estão muito caros e que o gasto com alimentos em sua casa compromete pelo menos 40% da renda familiar.

“Chequei a comprar oito bananas este ano por R$ 1,00 e agora, com este valor, só compro três unidades. A farinha também está um absurdo. No início do ano comprava o quilo por R$ 1,50 e agora encontro por até R$ 7,00 em alguns locais. O tomate realmente baixou de preço. Comprei em uma destas promoções de hipermercado por pouco mais de R$ 2,00 o quilo, mas chegou a ser bem mais caro este ano”, frisou.

Para a telefonista, a única forma de poder equilibrar as contas e não deixar faltar nada em casa é evitar o desperdício e balancear as compras. “Quando quero comprar mais frutas, por exemplo, diminuo em outros itens. E no geral, vou reduzindo o volume das compras”, confessou.

PESQUISA DO IDEME APONTA QUEDA MAIOR

Pesquisa da cesta básica do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual (Ideme) divulgada também ontem aponta uma queda média 2,21% no mês de junho sobre maio. O valor da cesta registrou R$ 278,32 contra R$ 284,62 no mês de maio.

O inhame (-15,27), a charque de 1ª (-9,35), o açúcar (-6,36), o arroz (-4,61) e a macaxeira (-3,66) foram alguns dos produtos que apresentaram queda em relação ao mês anterior. Mesmo assim, o aumento acumulado da cesta, no ano, foi de 14,80%, e nos últimos doze meses de 23,97%.

Na pesquisa de junho em João Pessoa, o Ideme identificou aumentos de preços em produtos como: frutas (6,57%), leite pasteurizado (4,66%) e margarina (0,56%). Já o pão mantém-se estável desde fevereiro, após um aumento de 1,56% em janeiro.

Com isso, a cesta básica e suas respectivas quantidades, no mês de junho, passou a representar aproximadamente 41,05% do salário mínimo.

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Jornal da Paraíba

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