CONVERSA POLÍTICA
Defesa do Padre Egídio alega questões de saúde e pede prisão domiciliar à Justiça
O ex-diretor do Hospital Padre Zé está preso no presídio do Valentina, em João Pessoa, desta a última sexta-feira (17), no âmbito da segunda fase da Operação Indignus.
Publicado em 21/11/2023 às 13:41 | Atualizado em 21/11/2023 às 14:47
A defesa do Padre Egídio de Carvalho apresentou à 4ª Vara Criminal de Capital um pedido de afrouxamento da prisão preventiva pela domiciliar. O ex-diretor do Hospital Padre Zé está preso no presídio do Valentina, em João Pessoa, desta a última sexta-feira (17), no âmbito da segunda fase da Operação Indignus.
A alegação é de que Padre Egídio tem uma série de problemas de saúde física, com comorbidades, e também emocional, com depressão profunda.
Por isso, o entendimento da defesa é que a extensão do benefício, que foi concedido a ex-diretora do Hospital, Amanda Duarte, seria uma "questão humanitária", principalmente porque o tratamento de uma das doenças não poderia ser feita dentro da penitenciária, mas em um hospital de Pernambuco.
Além da saúde do padre, a defesa também reforça que ele tem cuidado da saúde da mãe, de 92 anos, e de uma irmã, também em idade avançada e enferma.
Ao Conversa Política, o advogado Jose Rawlinson Ferraz Filho, destacou, ainda, que não há motivo para mantê-lo preso. "Egídio compareceu voluntariamente sempre que chamado para prestar informações e que ele já se encontrava afastado de suas atividades, não tendo mais nenhuma ingerência nas contas do instituto ou de qualquer órgão ele vinculado", disse.
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) informou, através de nota na manhã desta terça-feira (21), que o Padre Egídio de Carvalho, de 56 anos, apresenta um bom estado de saúde e recebe a visita de seus advogados. O padre foi preso no dia 17 de novembro e segue sem tomar banho de sol e receber outras visitas.
Movimentação processual
O desembargador Ricardo Vital, que determinou a prisão do padre e das ex-funcionárias também investigadas de participação no esquema, enviou à Procuradoria de Justiça para manifestação acerca dos pedidos. Além de Egídio, Jannyne Dantas também pediu afrouxamento da prisão para domiciliar, como concedido a Amanda.
Prisão decretada
Padre Egídio é suspeito de envolvimento em esquema de desvio de recursos da unidade filantrópica. As condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.
De acordo com o MPPB, as investigações, que desencadearam esta operação, revelam um esquema de desvios de recursos públicos estimados em cerca de R$ 140 milhões, de 2013 a setembro deste ano.
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*matéria atualizada às 14h40 com movimentação processual
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