Qual o destino de veículos roubados e furtados na Paraíba?

No ano passado, um total de 5.440 roubos e furtos de veículos foram registrados na Paraíba. O número representa uma média de um carro roubado a cada duas horas. Obtidos pelo Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação, os dados revelam uma realidade de violência ainda constante, principalmente em cidades como João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita e Pedras de Fogo, onde a incidência de roubo e furtos de veículos é maior.

Após conversa com o delegado de roubos e furtos de veículos de João Pessoa, Carlos Othon, e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Jornal da Paraíba explica como as quadrilhas especializadas costumam agir.

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Qual a diferença entre roubos e furtos de veículos?

De acordo com o delegado de roubos e furtos de veículos de João Pessoa, Carlos Othon, o roubo é a subtração de um bem de outra pessoa mediante o uso de violência ou grave ameaça. Já no furto, a subtração ocorre de forma mais sorrateira, sem o uso de violência.

Como os suspeitos usam os veículos roubados e furtados?

Diante de tantos crimes, o desafio da polícia é identificar o caminho dos veículos roubados e furtados alvos dos suspeitos.

A motivação das quadrilhas vai além da adulteração dos carros e venda das peças. Investigações já revelam que quadrilhas usam o roubo de veículos para lucrar e trocar por armas e drogas.

O delegado Carlos Othon explica que antigamente o roubo e furtos de veículos ocorria com uma só finalidade: fazer o desmanche para a venda de peças no mercado ilegal.

“Mas veículo, hoje, passou a ser ferramenta de outros crimes. Homicídios, invasões em comunidades rivais, pessoas que trabalham com clonagem de veículos e adulteração para vender no mercado negro. Além disso, traficantes que transportam grande quantidade de entorpecentes, normalmente usam veículos roubados. Então, muitas vezes são roubados para serem usados em outros crimes e logo depois abandonados”, detalha o delegado.

Como coibir roubos e furtos de veículos?

A avaliação de locais, horários e perfil das vítimas, pode ajudar na criação mais precisa de formas de combater as quadrilhas, como identificam pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“As polícias precisam usar esses dados primeiro para fazer o planejamento do patrulhamento ostensivo preventivo, para evitar com que novos casos aconteçam. Cabe à polícia judiciária usar essas informações que são coletadas no Boletim de Ocorrência para fazer a investigação e, eventualmente, identificar modus operandi em comum e realizar operações para evitar que novos crimes ocorram, caindo também na possibilidade de efetuar prisões dessas pessoas”, frisa o pesquisador sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Leonardo Carvalho.

A coleta e tratamento de dados, por sua vez, é indispensável para encontrar uma solução eficaz que possa coibir esses modelos de crime.

“Os números nos dão a mancha criminal. O cidadão fazendo o Boletim de Ocorrência imediatamente, comunicando o fato não só ao 190, mas também, logo em seguida, indo à Polícia Civil e fazendo o BO, podemos fazer recorte por bairros, cidade, modelo de veículo, horário, e através das estatística podemos delimitar manchas criminais e facilitar a ação ostensiva da Polícia Militar e a parte investigativa da Polícia Civil”, enfatiza o delegado Carlos Othon.

É possível se proteger?

Fazer um trabalho pessoal de proteção não é a melhor forma de resolver o problema. No entanto, é importante ficar atento a alguns detalhes. O delegado Carlos Othon orienta:

• “Não julgue pelo estereótipo ou pelo transporte. A gente tem notado que esses indivíduos agem, às vezes, a pé, mas também em veículos de luxo”;
• “Evite trafegar em locais com pouca iluminação”;
• “Cuidado no embarque e desembarque, principalmente com pessoas que apresentam dificuldade de locomoção ou no manuseio da cadeirinha de criança”;
• “Evite usar o celular quando estiver dentro do carro (pela segurança no trânsito e para evitar distrações)”.

Como denunciar roubos e furtos de veículos?

• Aconselha-se antes de deslocar-se até uma Delegacia registrar um alerta de furto ou roubo de veículo através de uma ligação telefônica para o número 190;
• Ocorrências que envolvam roubo ou furto de veículo devem ser realizadas na delegacia mais próxima por meio de um Boletim de Ocorrência;
• Também é possível comunicar furto ou roubo de veículos à PRF (Sistema Nacional de Alarmes - SINAL), por meio do site https://sinal.prf.gov.br/sicop/sinal