COTIDIANO
Policiais investigados por morte de cinco jovens no Conde recusam uso de tornozeleira eletrônica
Defesa afirmou à rádio CBN que medida cautelar é humilhante e prefere manter detenção.
Publicado em 10/09/2025 às 15:45 | Atualizado em 10/09/2025 às 16:20

Os cinco policiais militares investigados pela morte de cinco jovens no Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa, se recusam a usar tornozeleira eletrônica, uma das medidas impostas pela Justiça para que respondam ao processo em liberdade.
A defesa informou à CBN que os policiais "se sentem humilhados" e preferem permanecer presos. Os suspeitos estão presos desde o dia 18 de agosto.
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De acordo com a Justiça, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) requereu que os cinco presos respondessem em liberdade, com uso de medidas cautelares. Os policiais devem ser liberados da carceragem do 1º Batalhão da Polícia Militar nesta quarta-feira (10).
Medidas cautelares determinadas pela Justiça
No despacho da Justiça, a soltura dos policiais, na última terça-feira (9), foi condicionada a uma série de medidas cautelares:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Afastamento imediato do serviço operacional (policiamento ostensivo ou tático);
- Proibição de manter contato com familiares das vítimas, testemunhas e demais investigados;
- Proibição de frequentar localidades próximas às residências das vítimas e familiares;
- Recolhimento domiciliar no período noturno, das 20h às 5h, e nos dias de folga;
- Comparecimento mensal em juízo;
- Proibição de se ausentar da comarca de suas residências por mais de 10 dias sem autorização judicial.
Policiais investigados e situação de prisão
Os militares presos no caso são:
- Soldado Mikhaelson Shankley Ferreira Maciel
- Sargento Marcos Alberto de Sá Monteiro
- Sargento Wellyson Luiz de Paula
- Sargento Kobosque Imperiano Pontes
- Cabo Edvaldo Monteval Alves Marques
O tenente Álex William de Lira Oliveira, que está nos Estados Unidos, teve a prisão convertida em preventiva por não se apresentar às autoridades dentro do prazo do mandado de prisão.
As investigações apontam indícios de homicídio por parte dos policiais, que foram presos no dia 19 de agosto. A defesa alega que um grupo formado pelas vítimas, à época, buscava vingança após um feminicídio na cidade e teria atirado contra os policiais, que reagiram.
Relembre o caso

O caso aconteceu na noite de 15 de fevereiro de 2025, no Conde. Segundo a Polícia Militar, os cinco jovens, com idades entre 17 e 26 anos, estavam se preparando para realizar um ataque em vingança por um feminicídio ocorrido horas antes.
Na mesma data, uma mulher foi morta por encorajar uma amiga a se separar do marido, e o filho da vítima reuniu amigos para buscar vingança.
Durante a abordagem policial, o veículo em que estavam os jovens foi interceptado e atingido por tiros, resultando na morte de todos os ocupantes. As vítimas foram:
- Fábio Pereira da Silva Filho, 26 anos
- Emerson Almeida de Oliveira, 25 anos
- Alexandre Bernardo de Brito, 17 anos
- Cristiano Lucas, 17 anos
- Gabriel Cassiano de Sousa, 17 anos
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