VIDA URBANA
Cirurgiões pediatras interrompem serviços em dois hospitais em JP
Hospital Arlinda Marques e Trauma ficam sem 14 profissionais por vencimento de contratos. Diretor do Trauma diz que cooperativa se negou a assinar renovação de última hora.
Publicado em 09/01/2010 às 15:07
Karoline Zilah
Com informações da assessoria da Coopecir-PB
A partir de domingo (10), os Hospital Infantil Estadual Arlinda Marques e o Hospital de Emergência e Trauma, ambos em João Pessoa, não contarão mais com os serviços de 14 cirurgiões especializados em pediatria. Eles alertam que pode haver caos nos atendimentos de urgência e emergência.
A Cooperativa dos Cirurgiões da Paraíba (Coopecir-PB) anunciou que os profissionais decidiram suspender o atendimento em função da não renovação dos contratos por parte da Secretaria Estadual da Saúde (SES), que estariam vencidos desde o dia 5 de janeiro.
Outro motivo de insatisfação é a redução progressiva do número de leitos destinados aos pacientes cirúrgicos desta especialidade. De acordo com o presidente da Coopecir-PB, Marcus Maia, desde outubro do ano passado a cooperativa estaria enviando ofícios aos gestores da SES para renovar os contratos dentro do prazo adequado, mas até o momento estas e outras solicitações da cooperativa não teriam sido atendidas.
“Estamos buscando incessantemente contato com a SES para resolver este impasse. E desde o início da semana, através da mídia, toda a população está informada sobre o que está acontecendo. Não se pode exigir que os médicos trabalhem sem nenhuma garantia contratual, com um número de leitos reduzidos e sem os equipamentos necessários”, disse Marcus Maia.
Os diretores da cooperativa declararam que estiveram na Secretaria de Saúde na última semana tentando viabilizar a renovação dos contratos e a negociação das condições de trabalho, mas disseram que não obtiveram sucesso quanto à regularização da prestação de serviços de seus cooperados.
“Já enviamos toda a documentação necessária para a renovação do contrato como fazemos há sete anos, mas infelizmente, ele ainda não foi assinado pelo secretário até o momento. Estávamos trabalhando até hoje unicamente em respeito à população”, ressaltou Marcus Maia. Ele disse ainda que os médicos estão abertos a negociações.
No hospital Arlinda Marques, referência no atendimento pediátrico da Paraíba, há 14 médicos da Coopecir-PB. Já no Hospital de Trauma de João Pessoa, o maior do Estado, são em torno de 100 médicos cooperados prestadores de serviços em cinco especialidades cirúrgicas diferentes e, entre elas, estes cirurgiões.
"Cooperativa se negou, de última hora, a assinar a renovação", diz Saúde
Em comunicado enviado esta semana à imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o represetante legal da Coopecir, Marcus Maia, teria se negado a assinar a renovação de contrato, de última hora. De acordo com o médico José Carlos de Freitas Evangelista, diretor geral do Hospital de Trauma, os profissionais não aderiram ao movimento iniciado pelo presidente da cooperativa e terão sua remuneração garantida.
“Mesmo depois de várias conversas e de serem discutidas e acordadas as necessidades da categoria, o presidente desistiu de assinar o contrato, simplesmente mudou de idéia. Tal atitude, ao meu ver, tem o objetivo apenas de tumultuar o processo e a relação com a categoria que é bastante pacifica. Desconheço qualquer outro motivo para esse posicionamento, a não ser o sensacionalismo”, comentou o diretor geral do Trauma.
Para a secretaria, Marcus Maia estaria tentando alavancar um aumento salarial, o que não seria possível. Já os contratos com as demais categorias (Ortopedia, Pediatria, Terapia Intensiva e Anestesiologia) foram renovados.
Atualizada às 15h28.
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