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COTIDIANO

Polícia abre inquérito para investigar denúncia de intolerância religiosa contra padre de Areial

Segundo a delegada responsável pela investigação, testemunhas já começaram a ser ouvidas.

Publicado em 30/07/2025 às 12:53 | Atualizado em 30/07/2025 às 13:10

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar uma denúncia de intolerância religiosa contra o padre Danilo César, da cidade de Areial, no Agreste da Paraíba. De acordo com a delegada Socorro Silva, algumas testemunhas já prestaram depoimento, outras ainda serão ouvidas, e o padre deve ser interrogado em seguida.

O caso foi denunciado pela Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza. No vídeo de grande repercussão nas redes sociais, o padre cita o caso da morte da cantora Preta Gil, que faleceu nos Estados Unidos em 20 de julho, vítima de um câncer colorretal, como forma de desdenhar de religiões de matriz africana.

“Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse durante a homilia.

Ainda durante a cerimônia, o padre continua as falas intolerantes. Após citar o caso de Preta Gil, ele fala diretamente aos fiéis que estavam o acompanhando na Igreja de Areial para pararem de procurar essas “coisas ocultas” e que “o diabo os levasse”, se referindo aos católicos que fazem pedidos para entidades de outras religiões.

“E tem católico que pede essas coisas ocultas, eu só queria que o diabo viesse e levasse. No dia seguinte quando acordar lá, acordar com calor no inferno, você não sabe o que vai fazer. tem gente que não vai aqui (Areial), mas vai em Puxinanã, em Pocinhos, mas eu fico sabendo. Não deixe essa vida não pra você ver o que acontece. A conta que a besta fera cobra é bem baratinha”, disse.


				
					Polícia abre inquérito para investigar denúncia de intolerância religiosa contra padre de Areial
Padre de Areial é acusado de intolerância religiosa: 'por que orixás não ressucitaram Preta Gil?' - Foto: Redes Sociais. Gustavo Demétrio

Nesse trecho o padre parece se referir a algumas pessoas em particular quando cita que alguns fiéis não fazem outras práticas religiosas na cidade onde ele é pároco, mas procuram isso em cidades vizinhas.

O padre relatou também no vídeo uma história envolvendo uma mulher e sua filha que, conforme ele, teriam o procurado após essa mãe “consagrar” a filha para “essas entidades desconhecidas que têm vários nomes”. Ele associa a prática de matrizes africanas com doenças e morte.

“Eu já fui fazer as exéquias na minha cidade natal e uma mãe desde cedo tinha consagrado a filha a essas entidades desconhecidas que têm vários nomes, ela morreu cedo e a morte dela foi uma morte tão sofrida. E eu lembro quando ela dizia que ‘tinha sido a besta fera que tinha vindo buscar a filha dela conforme tinha prometido’, olha a conta, um filho”, disse.

As exéquias que o padre cita na fala dele se trata de uma cerimônia fúnebre realizada pela Igreja Católica para fiéis após a morte.

O vídeo no qual o padre faz as declarações foi postado inicialmente no Youtube da Paróquia, em uma transmissão ao vivo, no entanto, até a última atualização desta reportagem, o conteúdo foi tirado do ar.

A Diocese de Campina Grande informou em nota, nesta quarta-feira (30), que o padre Danilo César de Areial, no Agreste da Paraíba, acusado de intolerância religiosa, vai prestar, por meio da assessoria jurídica, "todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes". O caso aconteceu durante a homilia de uma missa presidida pelo sacerdote no domingo (27).

A Diocese também informou que está comprometida com “os direitos constitucionais da liberdade de crença e de culto, da igualdade e não discriminação religiosa, do direito à honra e à imagem dos mortos e do princípio da dignidade da pessoa humana”.

Associação denuncia caso


				
					Polícia abre inquérito para investigar denúncia de intolerância religiosa contra padre de Areial
Rafael Generino, presidente de uma associação de religiões de matriz afro-indígena fez BO contra o padre. Jornal da Paraíba

Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza emitiu uma nota de repúdio sobre as falas do padre, condenando a postura. Conforme a associação, ele distorce a religião.

"Deus é amor e respeito ao próximo, onde infelizmente esse senhor que se diz sacerdote prega o ódio e o preconceito e ainda amedronta em pleno culto em sua igreja", diz parte da nota.

Em contato com o Jornal da Paraíba, o presidente dessa associação, Rafael Generino, disse que registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil pelo crime de intolerância religiosa e também informou que vai realizar a denúncia no Ministério Público da Paraíba (MPPB) sobre as falas do padre.

Imagem

Grace Vasconcelos

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