VIDA URBANA
Aumentam denúncias de poluição sonora em Campina Grande
Equipamentos de som conhecidos como 'paredões' são alvo de denúncias frequentes em CG principalmente nos fins de semana.
Publicado em 04/12/2011 às 6:30
A semana se passou e em meio à correria do dia a dia você não teve tempo para ler aquele esperado livro, assistir um bom filme ou mesmo descansar. Nada melhor do que a chegada do fim de semana para relaxar e colocar em dia estas atividades. Certo?
Para muitos campinenses nem sempre o sábado ou domingo trazem momentos de descontração e repouso. Devido à falta de bom senso de algumas pessoas, o sossego e a tranquilidade dão lugar a aborrecimentos provocados pelo som estridente dos chamados “paredões”, equipamentos potentes de som que são instalados em automóveis ou acoplados em porta-malas.
Cristina Batista, de 51 anos, é uma das pessoas afetadas pelo problema. “Na minha rua tem um rapaz que não sabe o que é respeito, por ser filho de um policial, ele acha que está acima da lei. Nos fins de semana liga o som do carro nas alturas, fica bebendo na calçada e as músicas muitas vezes têm letras de duplo sentido”, disse a funcionária pública, que mora no bairro do Jardim Paulistano.
A reclamação não é exclusiva da servidora, pois somente na Coordenadoria do Meio Ambiente, subordinada à Secretaria de Meio Ambiente (Sesuma) de Campina Grande, são registradas mensalmente cerca de 80 denúncias em relação aos famosos “paredões”. Segundo o fiscal da coordenadoria, Marcos Melo, todos os fins de semana há um festival de reclamações junto ao órgão, que realiza inspeções após receber as informações.
“Os abusos acontecem também no decorrer da semana, mas é no fim de semana que a situação se agrava, quando a gente recebe em média 20 denúncias, entre a sexta-feira e domingo”, contou Marcos.
De acordo com a lei municipal nº 042, os níveis da utilização sonora são limitados até 55 decibéis (dB) durante o dia e até 50 dB após as 19h. Mas a lei tem sido ignorada.
“Chega a sexta e não consigo dormir, nem estudar, é uma falta de sossego. As pessoas se reúnem na frente de um bar, param seus carros e ficam disputando para ver quem tem o som mais potente, perturbando as pessoas em pleno horário de sono”, reclamou a universitária Amanda Santos, 25 anos, moradora do Centro da cidade.
Além da Coordenadoria do Meio Ambiente, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) também é responsável pela fiscalização da lei. Segundo o coordenador da Sudema no município, Roberto Almeida, nos últimos seis meses o órgão registrou 60 reclamações referentes à poluição sonora provocada pelos “paredões”, somente na cidade.
Os bairros onde foram originados os maiores índices de queixas são Centro, José Pinheiro, Malvinas, Monte Castelo, Liberdade, Presidente Médici e Cruzeiro.
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