VIDA URBANA
Banhistas devem ficar atentos para evitar roubos nas praias
Só em 2015, 324 ocorrências de roubo e furto foram registradas pela Ceatur na orla da Paraíba.
Publicado em 10/01/2016 às 12:00
Toda vez que vai à praia, a estudante Marina Morimitsu evita levar objetos de valor, procura sempre ficar em áreas movimentadas e nunca deixa seus pertences sem supervisão. A prevenção é pertinente, tendo em vista que os roubos e os furtos são os crimes mais comuns registrados nas áreas turísticas da Paraíba, em específico na parte litorânea do Estado.
A informação é da Companhia Especializada de Apoio ao Turista (Ceatur), da Polícia Militar, que informou que somente em 2015 foram registradas 324 ocorrências desse tipo na área que vai da orla de João Pessoa até as praias dos litorais Norte e Sul. De acordo com o comandante da Ceatur, capitão Cavalcante, o período do aumento do fluxo turístico é aquele em que as ocorrências mais se destacam, motivo pelo qual a polícia intensifica ações de prevenção, repressão e também de orientação.
A estudante Marina Morimitsu revelou que já presenciou situações de insegurança e que, inclusive, sua irmã foi vítima de uma dessas ações. “Minha irmã foi roubada na areia da praia, em Camboinha (na capital). Mas não é só na areia, na calçada também a gente se sente inseguro. Uma vez veio um grupo de pessoas de bicicleta e ficou nos encarando, acabamos indo embora por medo. A sensação que a gente tem é de insegurança. Por isso eu prefiro ficar em barzinhos, locais onde eu possa me sentir menos vulnerável”, declarou.
Os turistas que visitam a cidade também são alvo de crimes. O capitão Cavalcante revela que o número de ocorrências registrado é significativamente maior em períodos de maior fluxo de pessoas na orla. “Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro há um significativo aumento no fluxo de pessoas, assim como nos fins de semana. Na área litorânea em que atuamos há aproximadamente 40 mil pessoas morando e nessa época gira em torno de 100 mil pessoas, então esse aumento no fluxo de pessoas chama a atenção de oportunistas”, comentou.
A área de abrangência da Ceatur são os bairros de Cabo Branco, Tambaú, Litoral Norte e Sul, as praias de Jacumã, Coqueirinho, até Praia Bela. Há também guarnições no aeroporto e Centro Histórico, onde é dado apoio aos batalhões das áreas, e ainda nos bairros do Altiplano e Miramar. “
O capitão Cavalcante destacou ainda o aumento no número de averiguações e apreensões durante o ano de 2015. “Focamos nossas ações em apreensões de drogas e abordagens, aumentando o número de averiguações também, com o objetivo de prevenir os crimes”. Segundo o comandante da Ceatur, 1.943 chamados foram recebidos pela companhia por meio do 190 para realização de averiguações.Número superior ao ano anterior, quando 1.336 pedidos foram feitos.
Com o aumento das abordagens, também houve aumento no número de apreensões de drogas. Foram 61 pinos de cocaína (contra 8 em 2014), 365 pedras de crack (50 em 2014) e 768 papelotes de maconha (46 em 2014). “Além dessas ações, distribuímos cartilhas nos hotéis e principais pontos turísticos com orientações em português e inglês para as pessoas se manterem atentas”, finalizou.
Estatística
O número de roubos em 2015 (324) caiu em relação ao ano anterior, quando foram registrados 357 roubos. O mesmo ocorreu em relação às ocorrências de furtos. No ano passado, foram 159, enquanto no ano anterior foram 204 ocorrências. Ainda foram registrados quatro homicídios na área, contra 9 no ano anterior. O comandante da Ceatur comentou que as reduções foram reflexo das ações desenvolvidas pela PM.
Ao todo, são 12 homens a pé, 9 de bicicleta, 3 em biciclos, além de uma viatura para cada bairro durante os horários de maior fluxo de pessoas espalhados pelos principais pontos turísticos. São aproximadamente 150 homens em toda a área turística de competência da Ceatur e além desse policiamento, que ocorre de forma mais efetiva principalmente nos fins de semana, ainda é enviado um efetivo extra de 90 homens do novo grupo de soldados efetivados no último concurso da Polícia Militar, pertencentes à Força Regional, para dar um reforço ao policiamento.
O delegado titular da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista, Francisco de Azevedo, destacou que as ações da Polícia Militar são realizadas em conjunto com as da Polícia Civil.
Orientações aos turistas
- Nunca deixar pertences sem vigilância, ainda que de maneira rápida;
- Não carregar grande soma de dinheiro nem contar dinheiro em frente a estranhos;
- Carregar máquinas, filmadoras, celulares de maneira discreta;
- Procurar locais iluminados e com grande fluxo de pessoas ao estacionar o veículo;
- Sempre que possível andar em grupos;
- Evitar atalhos desconhecidos;
- Procurar a polícia em caso de ser vítima de algum crime.
Insegurança?
Marlene Marques, professora, turista, paranaense
A sensação da orla de João Pessoa é de segurança, pelo menos foi o que sentimos até o momento. Apesar disso, eu acho que não dá para confiar 100% na segurança pública, é preciso ter precaução.
Gildésio Marques, pecuarista, paranaense
Eu já conheci outras cidades litorâneas e observamos que João Pessoa é realmente segura e tranquila, pelo menos essa é a sensação. Apesar disso, eu acho que é preciso ter atenção com o lugar onde estamos, sempre se prevenindo, dentro do possível.
Cláudio Rodrigues, funcionário público, campinense
Em lugar nenhum dá para se sentir seguro, porque a insegurança está mandando. Na praia não temos policiamento, eu mesmo não vi nada nesse tempo que estou aqui. Então para mim a solução é sempre alugar um guarda-sol e, quando for tomar banho, sempre deixar as coisas sob supervisão.
Jack Ataíde, autônomo, pessoense
Quando venho à praia, de forma alguma confio em deixar minhas coisas sozinhas nem na areia nem mesmo em cadeiras, caso eu tenha alugado. Não me sinto seguro em lugar algum, muito menos na orla.
Manoela Morais, aposentada, portuguesa, mas residente em Campina Grande
A gente sabe das dificuldades, do que acontece se vacilarmos ou nos distrairmos, mas também não podemos ficar muito aperreados. Tentamos relaxar, mas sempre tendo o máximo de cautela, claro.
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