VIDA URBANA
Explosões levam pânico aos vizinhos de bancos
Entre os mais prejudicados pelas constantes explosões estão os vizinhos das agências bancárias.
Publicado em 13/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 17:52
As ações costumam ocorrer quase sempre da mesma forma. Durante a madrugada, bandidos armados arrombam agências bancárias na Paraíba, instalam explosivos nos caixas eletrônicos e fogem deixando para trás um rastro de prejuízos para os bancos e a população. Dentre os mais prejudicados pelas constantes explosões estão os vizinhos das agências bancárias, que convivem diariamente com a sensação de insegurança e ficam apreensivos com a possibilidade de novos ataques.
Maior do que qualquer prejuízo financeiro, o medo semeado por esses criminosos tem tirado o sono dessas pessoas. Um exemplo dessa realidade está no município de Gurjão, no Cariri, que só este ano já registrou dois casos de explosão de caixas eletrônicos do Bradesco em um período de cinco meses.
Morando com o marido no primeiro andar do prédio vizinho ao banco, uma mulher de 47 anos tem tomado com frequência remédio para dormir, assustada com a possibilidade de voltar a viver os momentos de tensão que enfrentou nas duas vezes que o posto avançado foi explodido este ano.
Ela, que não quis ter o nome revelado, disse que nos dois casos ouviu toda a movimentação dos criminosos, desde o momento que eles chegaram ao local, não restando outra alternativa que não fosse esperar em silêncio até que os bandidos fossem embora.
“Até para eu tentar ligar para alguém é perigoso, pois qualquer barulho que a gente faça é ouvido por eles. Infelizmente, a única opção que a gente tem é ficar quieto dentro de casa, com os nervos à flor da pele, esperando o pior acontecer”, lamentou.
Situação semelhante ocorreu com um homem de 45 anos, que mora vizinho ao Bradesco de São José dos Cordeiros, no Cariri, explodido no início do mês de outubro. O homem, que não quis ter o nome revelado, disse que o impacto da explosão abriu um buraco na parede de seu quarto, que fica colado ao local onde o caixa eletrônico estava instalado. “É uma sensação horrível, pensei que a casa fosse desabar na minha cabeça”, relatou.
Em São Sebastião de Lagoa de Roça, Agreste paraibano, a população também se preocupa com a ação dos criminosos. Lá, os caixas do Bradesco já foram explodidos duas vezes em 2013, em quatro meses.
Marconi Ferreira, 38 anos, que costuma dormir no próprio bar, lembra que estava no local nas duas vezes em que o terminal foi atacado. “O caixa eletrônico fica instalado na parede que é colada ao meu bar. Na última explosão, o impacto dos explosivos foi tão forte que algumas garrafas da prateleira caíram no chão”, declarou. Para o comerciante, a única coisa que a população pode fazer é se proteger dentro de casa.
FEBRABAN
Ao comentar o assunto, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que as instituições bancárias vêm trabalhando em parceria com governos, polícias e o Poder Judiciário em todo o país para combater os crimes envolvendo os bancos, com o objetivo de propor novos padrões de proteção de segurança.
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