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VIDA URBANA

Maré derruba coqueiros e ameaça barracas na Praia do Poço

Dois coqueiros e pedaços de tijolos de estruturas de bares que foram derrubados mostravam o grau da violência das ondas na madrugada da quarta-feira (11).

Publicado em 12/08/2010 às 9:04

Natália xavier
Do Jornal da Paraíba

Quem passou pela Praia do Poço, no município de Cabedelo, na manhã da quarta-feira (11), se deparou com uma cena que revelava estragos causados pela maré alta durante a madrugada. Na beira-mar, dois coqueiros e pedaços de tijolos de estruturas de bares que foram derrubados mostravam o grau da violência das ondas. Entre os comerciantes locais, o clima era de trabalho para afastar os destroços e reconstruir o que foi derrubado.

De acordo com o comerciante Marcos Antônio dos Santos, de 67 anos, a destruição vista foi resultado das marés altas registradas na madrugada de ontem e de terça-feira. “A maré está cavando muito e quando a maré alta vem junto com o vento, o estrago é maior. No mês de agosto, as marés sempre são mais altas e mais violentas, porque é mês de muita chuva e vento”, comentou o comerciante que estima prejuízos em torno de R$ 8 mil.

Conforme a tábua de marés da Capitania dos Portos, na madrugada da última terça, a maré chegou a 2,7 metros e ontem chegou a 2,8 metros. Para hoje, a previsão era de que a maré chegasse mais uma vez a 2,8 metros, às 5h43. “Tenho o bar aqui há 28 anos e os estragos causados pela maré começaram do ano passado para cá, mas desta vez foi pior. O maior problema é que é uma força da natureza e nós não temos o que fazer”, disse Marcos Antônio.

A área foi tema de uma matéria publicada pelo JORNAL DA PARAÍBA em 10 de janeiro, quando moradores e comerciantes denunciaram ao professor Paulo Rosa, do departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba, que o avanço do mar na área estaria relacionado à dinamitação de arrecifes na Praia do Poço na época da pesca de baleias na Paraíba.

O professor Paulo Rosa explicou que ainda não foi feito nenhum estudo que comprove a relação entre a dinamitação dos recifes e o avanço do mar na área, mas que é grande a probabilidade dos dois fatores estarem interligados, pois os estragos causados pela maré se concentram em uma faixa de aproximadamente 300 metros.

“A área foi muito agredida pelo mar e ninguém sabia o que era. Um dia, quando nós fomos ao local, alguns moradores nos contaram que, há cerca de 30 anos, próximo ao lugar, havia acontecido uma dinamitação de recifes para a passagem de embarcações”, revelou o professor em entrevista concedida no mês de janeiro.

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Jornal da Paraíba

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