No Dia de Combate à Hipertensão, veja os benefícios da dieta com pouco sal

Ele é a opção número um na hora de dar um gostinho à comida: o sal. Presente nas cozinhas de todos, o mineral, quimicamente conhecido como cloreto de sódio, pode, entretanto, se transformar em vilão quando utilizado em excesso. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o consumo ideal é de 1,2 gramas de sal por dia – o brasileiro, por sua vez, consome, em média, o dobro da quantidade recomendada. Por motivos como esse, o dia 26 de abril foi definido como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial – o consumo de sal é um dos principais fatores de desenvolvimento da doença.

Os paraibanos também não parecem estar muito preocupados com os perigos do sal: de acordo com pesquisa conduzida em 2011 pelo Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba, a maioria dos pacientes entrevistados com hipertensão arterial afirmou que o tratamento da doença devia ser realizado apenas por medicamentos, desconsiderado a influência da alimentação. Mas a verdade é que o consumo consciente de sal é essencial tanto para a prevenção quanto para o tratamento de males como a pressão alta.

De acordo com o médico cardiologista Antônio de Almeida, a predisposição à hipertensão depende da sensibilidade de cada pessoa, mas o sal tem papel fundamental no desenvolvimento da doença. “Apesar das diferenças individuais de sensibilidade, mesmo modestas reduções na quantidade de sal são, em geral, eficientes em reduzir a pressão arterial”, explicou. Segundo o médico, por aumentar o volume sanguíneo, o sal pode colaborar também para piorar quadros de insuficiência cardíaca, quando o coração perde a capacidade de bombear o sangue adequadamente.

Por isso, o cardiologista aconselha que não apenas hipertensos e pessoas com outros problemas cardíacos, mas também que a população em geral adote uma dieta com menor consumo do produto. “Uma dieta contendo cerca de 1 grama de sódio por dia mostrou uma rápida e importante redução da pressão em pacientes que tinham dificuldade de diminuí-la mesmo com medicamentos”, comentou Antônio.

Minimizar o sal na alimentação é a melhor maneira de prevenir doenças relacionadas

Adotar uma dieta mais livre do sal, segundo os especialistas, não é tão difícil quanto pode parecer – e pode trazer outros benefícios para o corpo. “O sal também está associado a uma maior retenção de líquido”, esclareceu a nutricionista Ana Paula Leal. “Para evitar esses problemas, a primeira orientação que damos é tirar o saleiro de cima da mesa: a pessoa deve temperar a comida durante a preparação. Deixar sal disponível na mesa só estimula o indivíduo a consumir mais”, disse ela.

A nutricionista alertou também para a grande concentração de cloreto de sódio em produtos como refrigerantes, macarrões instantâneos e alimentos embutidos. “Diminuir o consumo desses produtos e adotar uma alimentação mais saudável, com o consumo de frutas e verduras, é benéfico de toda saúde”, disse ela.

Minimizar a ingestão do sal, assim, só traz vantagens e pode, ao contrário do que muitos pensam, deixar a comida mais saborosa. “Podemos substituir o cloreto de sódio por temperos como orégano, tomilho, alecrim e manjericão”, lista Ana Paula. “Eles dão sabor à comida sem prejudicar a sua saúde”, concluiu.