VIDA URBANA
Paralisação nacional do magistério reforça greve na Paraíba
Trabalhadores da rede estadual de ensino fazem assembleia na terça-feira para reivindicar implantação piso salarial nacional. 500 mil alunos no Estado estão sem aulas há 15 dias.
Publicado em 15/03/2010 às 11:27
Karoline Zilah
De braços cruzados há 15 dias, os professores e trabalhadores da rede estadual de ensino na Paraíba têm nesta terça-feira (16) mais um motivo para reivindicar: eles aderiram à paralisação que acontece em todo o Brasil em defesa do Piso Salarial Profissional Nacional, uma lei aprovada em 2008 em instituiu uma remuneração básica em todo o país para funcionários públicos da Educação.
Uma assembleia geral será realizada na terça-feira em João Pessoa, às 15h, na sede da Sintep, para discutir o assunto. A greve estará na pauta, mas, em virtude do forte apelo do movimento nacional, a tendência é de que os professores e demais profissionais da Educação mantenham a paralisação.
O secretário estadual de Educação e Cultura, Sales Gaudêncio, participa de um evento na manhã desta segunda-feira (15) e deve comentar sobre o assunto a reportagem do Paraíba1 em breve.
Na Paraíba, a categoria continuou em greve mesmo após a aplicação do reajuste retroativo de 5% em cima do salário atual de R$ 610, oferecido e sancionado pelo Governo do Estado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Paraíba (Sintep/PB), os trabalhadores querem que este percentual seja aplicado ao valor do piso nacional do professor, que está em vigor desde janeiro deste ano, correspondente a R$ 712.
Vale lembrar que ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) um questionamento de cinco Estados sobre três pontos da lei, o que impediu que o piso nacional fosse aplicado para os trabalhadores de educação da Paraíba.
Sessão especial na Assembleia Legislativa
O secretário de finanças do Sintep, Carlos Belarmino, considerou que a adesão ao movimento grevista continua crescendo e criticou o Governo do Estado por estar, segundo ele, “fugindo do debate”. “Desde 8 de março protocolamos de novo o posicionamento da categoria e solicitamos uma audiência com o Governo, mas ainda não tivemos resposta”.
A categoria espera discutir publicamente o assunto e esclarecer seus motivos à sociedade durante uma sessão especial na Assembleia Legislativa convocada pelo deputado estadual Romero Rodrigues (PSDB). “Vamos apostar que o Governo tenha sensibilidade de nos enviar uma proposta digna de piso salarial”, comentou. A data do evento ainda não está definida.
Cobrança e indignação dos pais
No total, cerca de 500 mil alunos em todo o Estado estão sem aulas, o que gerou indignação e cobrança dos pais diretamente com o Sindicato Trabalhadores de Educação.
“Temos recebido telefonemas diariamente de pais preocupados porque os filhos precisam estudar, e que muitas vezes eles precisam trabalhar e não têm com quem deixar suas crianças, mas tentamos dialogar e explicar para eles que a nossa situação também é difícil”, explicou Carlos Belarmino.
As propostas de implantação do piso salarial nacional incluem:
- Adequação imediata dos planos de carreira a lei do piso;
- Jornada única de 30h para todos(as) trabalhadores da educação;
- Hora-atividade inclusive para os (as) professores (as) interinos (as).
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