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VIDA URBANA

Projeto da UFPB recebe patente internacional

A tecnologia promete o controle do transporte rápido e controlado de materiais, como a resina, através do esmalte dental.

Publicado em 21/10/2012 às 8:00


A partir de uma troca de e-mails entre o professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Frederico Sousa e o professor do Massachusetts Institute of Technology dos Estados Unidos (MIT) Jongyoon Han nasceu a ideia do projeto 'Tratamento Eletrocinético do Esmalte Dentário', que recebeu o registro de patente internacional definitiva em junho deste ano. A tecnologia promete o controle do transporte rápido e controlado de materiais, como a resina, através do esmalte dental, segundo Frederico Sousa, um dos desenvolvedores da técnica.

De acordo com ele, essa tecnologia é importante para a prevenção e tratamento da cárie e para procedimentos estéticos em odontologia, como o preenchimento dos poros internos do esmalte com uma resina que foi endurecida após penetrar no esmalte dentário, que, com o uso da tecnologia patenteada, não requer alargamento dos poros do esmalte com aplicação de ácido. “Para comparação, a técnica atual, que produz uma camada de esmalte sadio com poros preenchidos por resina, resulta numa profundidade quase cem vezes menor que a produzida pela nossa tecnologia”, afirmou, acrescentando que devido à atual técnica utilizada ser muito rasa, pode ser facilmente desgastada com o uso normal do dente na mastigação.

Conforme Frederico Sousa afirmou, no futuro, a nova tecnologia patenteada pode proporcionar a infiltração de resina nos poros do esmalte, impedindo (ou retardando drasticamente) a formação de cárie. “A técnica também pode ser usada para infiltrar uma resina com uma cor específica, de acordo com a cor natural do dente, clareando-os permanentemente”, concluiu ao ressaltar que os tratamentos de clareamentos são reversíveis.

Ainda de acordo com o professor doutor, o esmalte dentário possui canais muito longos e finos (mil vezes mais finos do que um fio de cabelo), que servem de caminho para o ácido penetrar no dente e resultar na cárie, por exemplo, mas, devido à estrutura desses canais, o transporte de materiais aplicados pelos odontólogos não ocorre numa única direção, podendo ocorrer tanto para partes mais internas como para partes localizadas lateralmente, reduzindo o deslocamento para dentro do dente.

Contudo, a tecnologia desenvolvida promete mais eficácia nesse transporte.

“Com a nossa tecnologia, o transporte é controlável e com uma direção definida para as partes mais internas do dente. Usando um dispositivo especial, aplicamos uma voltagem no esmalte dental que resulta no transporte rápido, controlado e unidirecional”, explicou.

Frederico Sousa destacou que a voltagem aplicada no paciente não oferece riscos de choque. “As pessoas podem ficar tranquilas porque a corrente elétrica resultante do dente é mil vezes menor que o limite mínimo detectado pelo ser humano, de modo que não há risco de choque elétrico”, afirmou.

Segundo o professor Frederico Sousa, o projeto 'Tratamento Eletrocinético do Esmalte Dentário' beneficia a curto prazo a interação científica, onde já resultou em uma dissertação de mestrado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e em um outro projeto de dissertação de mestrado que está em andamento na mesma instituição, além do encaminhamento de um aluno de doutorado para realizar estágio sanduíche no Massachusetts Institute of Technology (MIT) no segundo semestre deste ano. “A médio e longo prazos, se confirmados os nossos achados, pode resultar numa nova técnica para ser aplicada nas clínicas”, destacou.

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Jornal da Paraíba

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