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VIDA URBANA

Projeto vai orientar e prevenir gravidez na adolescência em CG

Projeto piloto para reduzir índice de gravidez na adolescência será posto em prática em 20 escolas da Rede Municipal de CG.

Publicado em 19/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:02

Douglas Claudino, 17 anos, garante que não corre risco de ser pai ainda adolescente porque sempre usa preservativos nas suas relações sexuais, mas garante que a maioria dos seus amigos não percebe os riscos e quando estão em festas não lembram de utilizar esse método de prevenção. A estudante Sandra Brito, 12, afirma que é muito nova para engravidar, mas nunca viu nenhum dos métodos.

Eles participaram ontem da abertura da 6ª Semana de Orientação e Prevenção da Gravidez na Adolescência, no Teatro Municipal, e podem ser considerados um retrato dos adolescentes que serão o alvo de um projeto piloto das Secretarias de Educação, Assistência Social e Saúde, em 20 escolas municipais nos próximos meses.

O projeto é uma resposta da Prefeitura à continuidade do registro elevado de casos de gravidez na adolescência em Campina Grande. Segundo dados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde, em 2012 , 55 crianças nasceram de mães da faixa de 10 a 14 e 1.026 entre 15 a 19 anos. No ano passado, foram registrados 61 casos na primeira faixa e 1.004 na segunda.

A coordenadora da área de saúde da criança e do adolescente da Secretaria Municipal de Saúde, Maria das Graças Carvalho, explica que o número de gravidez na adolescência continua elevado porque a maior parte dos adolescentes continua despreocupada com os riscos. “Eles acham que nunca acontecerá com eles e só se preocupam com o prazer”.

Maria das Graças explica que a realização da Semana de Orientação e Prevenção da Gravidez na Adolescência acontece em maio como uma estratégia de prevenção do problema durante a realização do Maior São João do Mundo, quando o clima de festividades e o grande fluxo de turistas favorece os relacionamentos rápidos e que muitas vezes resultam em gravidez indesejada.

Ela também relata como dificuldade nas tentativas de impedir o avanço do problema a resistência de muitos gestores e professores de escolas, seja por falta de formação para abordar o problema, seja por motivos religiosos.

Para enfrentar os elevados percentuais de gravidez na adolescência, a Secretaria Municipal de Saúde começou a implantar com a realização da 6ª Semana de Orientação e Prevenção da Gravidez na Adolescência um projeto piloto que envolverá 20 escolas municipais e cerca de 3.500 estudantes.

“A gente tem de deixar a hipocrisia do lado e enfrentar o problema. Não é incentivar o início da vida sexual, mas orientando para que os casos não aconteçam”, explica a secretária de Educação, Iolanda Barbosa. Ela avalia que a temática não vem sendo abordada de forma mais intensa nas escolas porque ainda não consta nos projetos político-pedagógicos nas unidades, que deverá acontecer a partir do segundo semestre deste ano, com a discussão para a implantação de uma reforma curricular.

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Jornal da Paraíba

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