VIDA URBANA
Sal em excesso estraga a saúde
Apesar de ser um ingrediente muito usado na alimentação, ele pode causar doenças renais, na visão e cardiovasculares.
Publicado em 02/12/2012 às 13:23
Ele ressalta o sabor dos alimentos e para muitos é um ingrediente indispensável. O sal, se consumido em excesso, pode ser o causador de problemas cardiovasculares, renais e até mesmo da visão. Para evitar consequências como estas, é necessário atenção no preparo das refeições e evitar o consumo de comidas enlatadas ou em conserva.
O aumento da hipertensão arterial é o efeito mais comum. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os casos de pressão alta tiveram um aumento significativo nos últimos cinco anos, passando de 21,6% em 2006 para 23,3% em 2010.
O cardiologista Emerson Panta explica que a retenção de líquido no organismo causada pela presença do sal pode sobrecarregar o funcionamento das artérias e, além da hipertensão, causar outros problemas cardiovasculares. “Com o tempo, o coração tem um trabalho maior para conduzir o sangue a todas as partes do organismo. Esta situação por anos leva a um enrijecimento das artérias e sobrecarga do coração, que pode predispor a doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio, arteriosclerose, que é o enrijecimento das artérias, e até mesmo ao acidente vascular cerebral”.
Muita gente anda consumindo sal de forma exagerada. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada no ano passado, mostra que o consumo médio de sal no Brasil está em 8,2g/dia, sendo que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 5g diárias.
A nutricionista e professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Jailane Aquino adverte que o consumo de sal deve ser moderado e que é preciso saber que alguns alimentos naturais já contêm sódio em sua composição. “É recomendado também evitar o saleiro à mesa, pois a adição de sal nos alimentos imediatamente antes do consumo faz com que percamos a noção da quantidade de sal adicionado”, explica.
Outra dica da especialista é usar condimentos naturais (ervas finas, limão, alho, cebola, salsa, orégano) no preparo dos alimentos. Além dessas orientações, você ainda pode escolher um dos alimentos da refeição para adicionar sal. “Numa refeição contendo salada, bife, arroz e feijão, o paciente pode escolher um, dentre estes alimentos, para conter o sal, enquanto os outros ficam com quantidade menor ou isentos de sal”, sugere.
Ainda há resistência por parte desse público em moderar o uso do sal nas refeições. É o caso da dona de casa Maria da Graça Pinheiro, de 47 anos. Hipertensa há dois anos, ela conta que tem dificuldades em manter a dieta. “O médico pediu para eu comer tudo sem sal. Mas chega uma hora que a gente não aguenta mais”, comenta.
Para casos como esses, a nutricionista orienta o consumo de alimentos ricos em potássio ou ainda a utilização de sal diet. “É recomendado o consumo de alimentos ricos em potássio, como feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja, tendo em vista a perda deste nutriente devido ao uso de diuréticos. Já os pacientes hipertensos e sem problemas renais podem usar o sal diet, em que parte do cloreto de sódio é substituído pelo cloreto de potássio, tornando-se um aliado no controle da hipertensão devido à presença do potássio que deve ser reposto para estes pacientes”, revela. (Especial para o JP)
Comentários