VIDA URBANA
Saúde investiga se vítima fatal de Gripe A foi infectada dentro da PB
Secretaria suspeita que tenha sido o primeiro caso autóctone do estado, ou seja, quando a transmissão ocorre no território paraibano. Paciente morreu no sábado.
Publicado em 09/08/2009 às 11:16
Karoline Zilah
Com G1
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) marcou uma entrevista coletiva para as 10h da segunda-feira (10) para esclarecer à imprensa e a população como se deu a infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) na segunda vítima fatal da doença na Paraíba, o professor de inglês de 35 anos que morreu no sábado (8) no Hospital da Unimed, em João Pessoa.
A principal suspeita é de que a transmissão tenha sido autóctone, ou seja, ocorrida dento do território paraibano. Isto porque Eduardo Barros Santos Coelho não teria viajado para fora do estado ou do país. Esta seria o primeiro registro de caso autóctone na Paraíba.
“Como ainda há muitas dúvidas sobre o que motivou a infecção, o secretário preferiu prestar esclarecimentos somente quando todas as perguntas puderem ser respondidas”, comentou a assessoria de imprensa do secretário de Saúde José Maria de França.
O caso
Eduardo foi internado no dia 2 de agosto no Hospital da Unimed com sintomas de gripe e, ao longos destes seis dias, permaneceu na UTI em estado grave, onde apresentou complicações respiratórios, pneumonia e dispneia. Ele precisou de aparelhos para respirar.
Segundo Thayse Dias, de 32 anos, amiga do professor, o primeiro sintoma apresentado por ele foi tosse, em 28 de julho. "Depois disso, ele só teve dois picos de febre de 38,5 graus. A situação dele só piorou no domingo (2), quando passou a sentir falta de ar intensa. Ele procurou o hospital e já ficou internado".
Thayse não sabe informar se o amigo recebeu o medicamento Tamiflu durante a internação. "O exame da confirmação de que estava com a nova gripe ficou pronto na quinta-feira (6). Ele não viajou e não teve contato com pessoas infectadas. Não sabemos como ele pegou essa gripe. Nem mesmo os sintomas iniciais que ele tinha estão dentro do protocolo do Ministério da Saúde."
A Secretaria Estadual de Saúde da Paraíba informou que a investigação médica sobre a morte do professor tem registro de que ele viajou para um passeio em uma caverna na região. Exames foram feitos na tentativa de encontrar indícios da existência de fungos no organismo da vítima, o que poderia ter colaborado para o diagnóstico da nova gripe.
Recomendações
O velório acontece na Funerária Morada da Paz, na avenida João Machado, em Jaguaribe. O enterro está programado para as 16h no cemitério Senhor da Boa Sentença, também na Capital.
Funcionários da funerária e parentes da vítima foram orientados por médicos para que o caixão permanecesse fechado durante o velório, com a finalidade de evitar qualquer tipo de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1).
Balanço
Segundo balanço da SES, foram notificados 45 casos suspeitos na Paraíba, sendo que 10 foram confirmados (com dois óbitos), 21 descartados e 14 estão sendo investigados.
A primeira morte na Paraíba e no Nordeste foi a do estudante de Enfermagem Severino Galdino, que foi internado após participar de um Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília. De acordo com a equipe médica que o acompanhou, ele já se encaixa no grupo de risco por apresentar histórico de doença respiratória.
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