VIDA URBANA
Tragédia de Santa Rita: polícia deve indiciar motoqueiro
Investigações sobre acidente em Santa Rita apontam que motociclista teria impedido passagem de ônibus.
Publicado em 04/03/2016 às 7:50
O motoqueiro que teria impedido a passagem do ônibus que foi atingido por um trem deixando quatro pessoas mortas e 30 feridas na última segunda-feira também poderá ser indiciado por homicídio culposo. De acordo com o delegado responsável pelas investigações do caso, Antônio de Farias, cinco testemunhas ouvidas ontem relataram que o motoqueiro teria parado, atendido ao telefone e ignorado o ônibus, impedindo a passagem e resultando na tragédia que abalou a cidade de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa. “Nosso objetivo agora é encontrar esse homem”, disse o delegado, que pediu o apoio da população.
Até o momento, já foram indiciados por homicídio culposo o maquinista, o assistente de maquinista e o motorista do ônibus, que conduziam os veículos envolvidos no acidente. “Mas agora surgiu uma quarta pessoa. Todos viram esse motoqueiro, que inclusive parece que vende gás. Todos os carros teriam dado ré, mas o motoqueiro não saiu do meio, mesmo ouvindo o trem e a buzina do ônibus, resultando nesse desmantelo. Agora queremos saber quem ele é. Estamos procurando”, revelou.
Outro fato que surgiu no decorrer das investigações foi um possível problema no equipamento de registro da velocidade do trem. Segundo o delegado Antônio Farias, o tacógrafo estaria quebrado, o que não daria ao motorista a noção da velocidade em que ele vinha. “Por esse motivo eu também vou intimar o chefe de manutenção da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos). Eu perguntei ao maquinista se ele vinha em alta velocidade, como as pessoas disseram, e ele disse que acha que vinha devagar, não tinha certeza. Isso pode também ter influenciado”, afirmou. O delegado disse que pouco antes do local do acidente há uma curva, que diminui a visibilidade do maquinista, contudo é preciso vir em uma velocidade controlada.
As investigações deverão prosseguir por um prazo de 30 dias, a contar da instauração do inquérito, período em que o laudo pericial também deverá ficar pronto e será anexado aos autos. O delegado revelou que vigilantes femininas que ficam dentro do trem também deverão ser escutadas, junto a pelo menos outras 20 testemunhas.
Antônio Farias ainda pediu o auxílio da população para a identificação do motoqueiro ou outras possíveis informações que ajudem nas investigações.As denúncias podem ser feitas pelo Disque 197 de forma gratuita. A identidade do denunciante será preservada.
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