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VIDA URBANA

Trânsito violento mata 8 mil na PB em 10 anos

Mortes por acidente de trânsito aumentaram em 22,8% nos anos de 2011 e 2012.

Publicado em 28/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:17

Em uma década, 8.239 pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito na Paraíba. As mortes foram registradas entre 2002 e 2012 e, fazendo um paralelo com a população do Estado, superam o número de habitantes de cidades como Amparo (8.081 habitantes), Montadas (5.351), São João do Cariri (4.352) entre outras, conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados sobre violência no trânsito fazem parte do “Mapa da Violência 2014. Os Jovens do Brasil”, pesquisa divulgada ontem que mostra ainda que o número de óbitos por acidente de trânsito no Estado aumentou em 22,8% nos anos de 2011 e 2012, subindo de 811, no primeiro ano, para 996 no seguinte, o que representa o maior crescimento do país. Ainda segundo o estudo, desde 2008 as mortes no trânsito na Paraíba ultrapassaram o patamar de 800 vítimas por ano, sendo o ano de 2012, que registrou uma média de 2,7 mortes por dia, o mais crítico.

Para o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que elaborou o estudo, a mortalidade nos acidentes de trânsito continua em espiral de crescimento praticamente incontrolável. Segundo ele, a situação é mais alarmante quando toma como base a morte de motociclistas.

Em relação às taxas de mortes no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes, a situação é considerada preocupante. A Paraíba é o estado do país que registrou o maior crescimento da taxa no período de 2011 a 2012. Neste intervalo, a taxa subiu 22%, saltando de 21,4, em 2011, para 26,1 no ano seguinte.

Os números revelam ainda que essa taxa de óbitos em decorrência de acidentes em avenidas, estradas ou rodovias cresceu 35,2% em uma década. Em 2002, a taxa estava em 19,3 mortes para cada 100 mil habitantes, enquanto em 2012 registrou 26,1 mortos para cada 100 mil habitantes.

Na madrugada de um sábado do mês de fevereiro de 2012, o filho da agricultora Maria de Nazaré dos Santos, voltava do distrito de São Miguel, em Esperança, no Brejo, para o sítio onde morava, na mesma cidade. Segundo ela, Josivaldo dos Santos estava na garupa da motocicleta, pilotada pelo amigo, e quando passavam pela BR-104, o condutor perdeu o controle do veículo e os dois caíram na pista. “O amigo dele machucou as pernas e os braços. Mas meu filho morreu na hora, com uma pancada na cabeça”, lamentou a mãe.

Como aconteceu com o filho de dona Maria de Nazaré, o número de pessoas que sofreram acidentes de trânsito no Estado impressiona. Somente em 2012, os Hospitais de Emergência e Trauma de João Pessoa e Campina Grande atenderam 20.999 pacientes com este perfil, sendo 12.234 no Hospital Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina, e 8.665 levadas para o Hospital Senador Humberto Lucena, na capital.

A violência no trânsito continua. Na capital, do dia 23 deste mês até a última segunda-feira, 89 pessoas foram encaminhadas para o Hospital de Trauma porque sofreram acidentes no trânsito.

IRRESPONSABILIDADE GERA ACIDENTES, DIZ BPTRAN

Para o subcomandante do Batalhão de Polícia e Trânsito Urbano e Rodoviário (BPTran), major Juciê Pereira, a irresponsabilidade dos condutores seria a principal causa dos acidentes. Ele explicou que as operações e blitzes realizadas pelas equipes do Batalhão também têm caráter preventivo e educacional.

“O Código Brasileiro de Trânsito é quase perfeito. Agora, faltam os condutores e pedestres cumprirem os seus papéis. Os problemas com velocidade além do limite permitido, distância entre os veículos, falta de capacete e uso do cinto de segurança é de responsabilidade do condutor. Durante nossas operações, também explicamos a importância do cumprimento dessas normas aos condutores”, acrescentou o major.

A assessoria de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Paraíba também explicou que o órgão dispõe de uma Comissão Regional de Educação para o Trânsito e realiza ações educativas em escolas de todo o Estado.

Análise da Notícia

Por: Luiz Carlos André
representante da Ong Educar para o Trânsito Educar para Vida

Faltam políticas públicas para educação no trânsito e fiscalização

“Atribuímos essas estatísticas a um conjunto de fatores e o primeiro deles é a falta de políticas de Estado para a educação no trânsito. Não estamos educando os nossos futuros condutores e pedestres e, por consequência, a imprudência predomina. Falta fiscalização nas estradas do interior e também nos bares. No interior, o pessoal trocou o jumento pelas motocicletas, e o despreparo desses condutores é alarmante. Hoje, o condutor de moto ou carro não está sendo preparado para conduzir o veículo com respeito a sua vida e a do próximo. Ele é preparado para tirar a habilitação e depois é cada um por si”.

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Jornal da Paraíba

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