CULTURA
Debute acústico do CPM 22
Publicado em 16/11/2013 às 8:00 | Atualizado em 27/04/2023 às 13:20
O CPM 22 descansou as distorções, os pedais e as guitarras para dar vez e voz aos violões. A banda de rock nacional está lançando o seu primeiro DVD acústico, pela Universal Music. O show foi gravado em São Paulo, em junho.
Mesmo com quase 20 anos de carreira, esse é o debute acústico da banda paulistana. Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, o vocalista da banda, Badauí, contou que o momento foi certo e oportuno. “Não acho que foi tardia. Um projeto acústico geralmente se faz somente uma vez na carreira. Portanto, tivemos que escolher muito bem o momento e o momento era agora, depois de sete discos e três DVDs, com um repertório amplo e com mais experiência”, conta.
Dentre as 22 músicas, CPM 22 Acústico traz releituras de grandes hits da banda. Logo no início, o fã mais antigo já vai se identificando com ‘Não sei viver sem ter você’ e ‘Desconfio’. Há também ‘Dias atrás’, ‘Vida e morte’ e ‘Irreversível’.
A música ‘Um minuto para o fim do mundo’ foi interpretado com Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, um dos artistas convidados.
Além de releituras de músicas antigas da banda, o acústico tem quatro canções inéditas: ‘Tony Galano’ e ‘Perdas’, de Badauí com Ricardo Galano, e ‘Por nós três' e ‘Para sempre’, do guitarrista Luciano Garcia.
O RETORNO
O acústico é o retorno do CPM 22 com a Universal Music. O vocalista conta que a ideia do projeto veio tanto da gravadora como da banda e que também é uma forma de adaptação na atual indústria fonográfica. “Foi uma mistura de coisas, a nossa vontade de fazer e a proposta tanto da (produtora) XYZ Live, quanto da Universal. Quanto ao mercado atual, sabemos que a sonoridade do acústico favorece para uma divulgação de grande escala em rádios e TVs, mas não faríamos se não estivéssemos afim só por conta disso”.
Fernando Badaui (vocal), Luciano Garcia (violão e backing vocals), Japinha (bateria e backing vocals) e Heitor Gomes (baixolão e baixo acústico) convidaram o guitarrista Phil, da banda Dead Fish, e o cantor Dinho Ouro Preto, para fazer parte do acústico. Badauí afirmou que a parceria foi sensacional. “O Phill já tinha nos ajudado a produzir o último disco, Depois de um Longo Inverno, e também é nosso amigo. Toca muito, canta bem, tem um ótimo gosto e tem as mesmas influências que a gente. O Dinho é porque gosta da banda, sempre nos respeitou e ficamos muito amigos na estrada, além de ser um grande artista”.
O som acústico não destoa tanto da sonoridade da banda. Badauí afirma que não foi tão complicado dar um descanso aos overdubs e transpor as batidas rápidas para um ritmo mais lento. “Claro que não temos a agressividade da distorção das guitarras, mas a postura e identidade permanecem intactas. Temos muitas referências de bandas de punk rock ou hardcore melódico em versões acústicas que nos deram muita base. Trabalhamos por seis ou sete meses para chegar na sonoridade que desejávamos”, conta o líder do CPM. Quanto aos backing vocals mais acentuados ao som dos violões, ele elogia: “Achamos style!”
O hardcore melódico não é o estilo que se estabelece no mainstream nacional. Quando perguntado sobre a sorte de sair do underground e se consolidar no mercado do rock nacional, Badauí afirma que tiveram que se adaptar. “Tivemos só que abrir um pouco a mente para trabalhar com gente de fora que investiu dinheiro na banda e quebrar alguns ‘preconceitos’ que tínhamos no underground”.
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