Leo Jaime ‘invade’ a televisão atuando em várias frentes

O cantor Leo Jaime, literalmente, invadiu a televisão brasileira nos últimos tempos. Ele - que já tinha atuado como comentarista esportivo - divide-se agora entre a Globo e o canal por assinatura GNT. Na emissora carioca ele comanda a banda do programa ‘Amor e Sexo’ e vive o personagem Nando, na novelinha ‘Malhação’. No GNT, ele está em ‘Detox do Amor’ e no mês que vem se despede do programa ‘Saia Justa’. A atração virá com nova formação em março: as jornalistas Astrid Fontenelle e Barbara Gancia e as atrizes Maria Ribeiro e Mônica Martelli ocupam os sofás. Em uma entrevista exclusiva, o artista multimídia conta mais sobre o convite para voltar a atuar nas novelas e as vantagens - e desvantagens - de estar em vários projetos simultâneos.

- Como aconteceu o convite para “Malhação”?
- LEO - Um dia o Alvarenga (José Alvarenga Jr., diretor de núcleo de ‘Malhação’) me ligou dizendo que haviam escrito um papel para mim na nova temporada. Avisei logo que provavelmente as gravações de ‘Malhação’ coincidiriam com as de ‘Amor e Sexo’. Foi aí que ele revelou que já havia falado com Ricardo Waddington (diretor de ‘Amor e Sexo’) e que ele tinha liberado minha participação. Ou seja, seria possível conciliar os dois trabalhos. Fiquei muito honrado com o convite e topei na hora.

- Como foi a composição do Nando?
- LEO - O Nando é um personagem que mistura muita gente com quem convivi e toquei junto e até eu mesmo. É uma composição simples para mim porque eu passei a vida convivendo com ‘Nandos’ (risos)

- Qual é o maior desafio deste trabalho?
- LEO - Todo trabalho é um desafio. Tenho trabalhado bastante como ator em teatro, que é um processo bem mais lento e seguro. Na televisão é diferente: temos que chegar meio que prontos e eu estava enferrujado por não ter uma frequência em trabalhos como ator nesse tipo de veículo. O Luiz Henrique Rios, nosso diretor-geral, deu-me a oportunidade de trabalhar com uma coach, a Andrea Bacellar, e ela tornou tudo muito mais fácil pra mim. A partir daí, o desafio foi me dividir internamente para tocar tantos projetos ao mesmo tempo e estar integralmente em cada um deles. Desafio gostoso.

- Como aconteceu a inclusão da música “Tchau” na trilha sonora de “Malhação”?
- LEO - Escrevi esta música em parceria com Rita Lee um pouco antes do convite para ‘Malhação’ e ela estava inédita. Definimos, então, que ela seria o hit da carreira do Nando. O mais bacana é que a música apareceu na íntegra na primeira cena dele na novela.

- E como está sendo a despedida do “Saia Justa”?
- LEO - Depois de mais de dois anos fazendo o ‘Saia Justa’, acho que vai ser bem difícil me acostumar sem a rotina daquele papo divertido e inteligente na minha vida. A temporada de verão com os parceiros foi um bota-fora excepcional (os programas de janeiro contaram com a participação somente de homens, incluindo o jornalista Xico Sá e os atores Dan Stulbach e Du Moscovis). Também sinto saudade das moças. Foi um momento muito valioso para mim aquele que passamos juntos. Tomara que o público sinta tanta falta quanto eu.

- Na sua opinião, os homens são bem representados nos programas de comportamento?
- LEO - Não sei falar sobre os outros homens de outros programas de comportamento. Sei que a turma masculina do ‘Saia Justa’ marcou época. Os participantes têm visões de mundo e estilos diferentes, mas que se completam. E a mulherada adora saber o que se passa na cabeça dos homens, né? (risos)

- Você já conhecia os outros integrantes do “Saia Justa”?
- LEO - O Xico Sá participou da última temporada de ‘Amor e Sexo’, mas não tinha trabalhado ainda com ninguém.

- Você também teve uma carreira como comentarista esportivo. Pensa em voltar?
- LEO - Gosto muito de comentar esportes. O problema é que, para cada atividade que exerço, há uma exigência de preparo e a dedicação. Sou jornalista e gosto de atuar nas áreas de cultura, comportamento e esportes. Não descarto nada.

- Você continua na banda de “Amor e Sexo”?
- LEO - ‘Amor e Sexo’ sempre vem com coisas novas. É um programa que achou seu lugar na grade da TV aberta, tratando de um tema delicado com muita propriedade. A música ao vivo, os bailarinos, o júri, a somatória destas coisas fizeram o programa ter mais cara de programa de auditório e com uma estética mais de noite, de gala. Tomara que volte para a sétima temporada. Como fez um enorme sucesso é bem provável que isto aconteça.

- E os projetos musicais?
- LEO - Estou estreando o show ‘Festa’, com um repertório bem dançante e executado pela banda de oito músicos que me acompanham em ‘Amor e Sexo’. A ideia de gravar as músicas deste show e lançar uma a uma está nos nossos planos. Quem sabe não vira um DVD depois? Nunca gravei um DVD, acho que uma hora vou ter que fazer. Também tenho outro projeto, o ‘Intimista’, que é um show menor, com poucos músicos e para lugares menores. O repertório também é outro. Assim, posso experimentar novidades, novas canções, ter uma conversa ao pé do ouvido com o público, já que no ‘Festa’ a proposta é ‘Música Pra Pular Brasileira’ (risos).

- Qual a vantagem de estar em várias frentes de trabalho?
- LEO - A vantagem eu não sei. Entendo isto como uma característica, um caminho particular. As portas nem sempre se abrem em nossos caminhos na hora em que precisamos. Os convites nem sempre aparecem quando estamos prontos. É bom ter alternativas. Porém, paguei um preço alto por tudo isto. Achavam que eu era disperso, que atirava para todos os lados e que não tinha foco. Não tem jeito: sempre tem alguém para dizer alguma coisa desagradável a seu respeito, não importa o que você diga ou faça. Melhor ser o que se é e deixar que a vida siga.