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CULTURA

Morre Emmanuelle

Atriz Sylvia Kristel, eternizada pela personagem 'Emmanuelle' da série de filme dos anos 1970, morreu nesta quinta-feira (18) aos 60 anos.

Publicado em 19/10/2012 às 6:00


O símbolo sexual atravessou gerações: no Brasil, na década de 1990, não houve um só adolescente que tenha passado incólume por sua imagem exibida em plena TV aberta, nas madrugadas de sábado para domingo.

Sylvia Kristel, a eterna Emmanuelle da série de filme dos anos 1970 (reprisada até hoje no Cine Band Privê) morreu nesta quinta-feira, aos 60 anos, na Holanda, em decorrência de um câncer de esôfago.

Incluindo suas participações nos filmes eróticos da franquia homônima à personagem, inaugurada em 1974, a atriz holandesa figurou em cerca de 50 produções internacionais.

Em Cada um com Seu Cinema (Chancun Son Cinéma, França, 2007), o diretor Roman Polanski a homenageia com Cinéma Erotique, curta-metragem no qual sua famosa cena em um avião é vista por um casal idoso, dentro de um cinema.

No ano de 2006, lançou sua autobiografia Nue ('Nua'), traduzida do francês para o inglês como Undressing Emmanuelle ('Despindo Emmanuelle'), livro em que contava sua trajetória artística que começou aos 17 anos como modelo (em 1973, um ano antes do seu grande sucesso, foi eleita Miss TV Europa).

Kristel foi casada com o escritor Hugo Claus (1929-2008), com quem teve um filho, Arthur, que visitava regularmente. Na autobiografia, a artista conta que deixou Claus para viver com o ator Ian McShane, que lhe apresentou Hollywood. Segundo a diva, o relacionamento dos dois era intempestivo, o que a levou ao vício na bebida e na cocaína.

Em 1986, casou-se com um diretor aventureiro, Philippe Blot, que financiou alguns de seus filmes e, em suas palavras, a levou à falência. Nos últimos anos de vida, tinha um relacionamento feliz com Peter Brul e dedicava-se à pintura.

Em julho deste ano, sofreu um acidente vascular cerebral e foi hospitalizada às pressas. A morte chegou durante a noite, enquanto dormia, conforme informou sua agente Marieke Verharen às agências internacionais.

O sucesso de Emmanuelle até hoje é lembrado pelas filas homéricas que formou no cinema La Triumph, em Paris, no Champs-Élysées. O longa permaneceu em cartaz no espaço por 13 anos, e estarreceu as plateias francesas, que não esperavam que ele fosse aprovado pela censura.

Sylvia Kristel esteve no Brasil em 1977, quando seu filme era ainda proibido no país (o título só foi liberado em 1980). Ficou hospedada no 5º andar do Hotel Hilton, em São Paulo. Na época, ela pretendia candidatar-se a deputada na Holanda "para defender os direitos femininos".

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Jornal da Paraíba

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