SILVIO OSIAS
Nos 15 anos do 11/09, sons e imagens para homenagear Nova York
Publicado em 11/09/2016 às 7:30 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:46
Neste domingo (11), são 15 anos do atentado às torres gêmeas.
Filmes e canções ajudaram a construir minha admiração por Nova York.
O maior compositor americano está associadíssimo a ela. George Gershwin é tão novaiorquino quanto Antônio Carlos Jobim é carioca. Teve o jazz como fonte, e as músicas que escreveu foram popularizadas por grandes intérpretes do universo jazzístico. Neste particular, podemos mergulhar no seu cancioneiro, ouvindo o extenso songbook gravado por Ella Fitzgerald ou a versão de Ella e Louis Armstrong da ópera Porgy and Bess.
Outro músico erudito muito associado a Nova York é Leonard Bernstein, que regeu a filarmônica da cidade e compôs as melodias de West Side Story, musical que atualiza a tragédia de Romeu e Julieta, ambientando seus personagens na Nova York da década de 1950.
Ainda que muito conhecidas, as melodias de George Gershwin e Leonard Bernstein são menos populares do que New York, New York, que ouvimos no filme homônimo de Martin Scorsese, mas que tem sua versão definitiva na voz de Frank Sinatra. É provável que nenhuma outra canção represente tão bem a cidade como esta.
Se fizermos escolhas menos óbvias, temos Autumn in New York, com Billie Holiday, Manhattan, com Dinah Washington, Lullaby of Birdland, com Sarah Vaughan, e, saindo do jazz, American Tune, com Paul Simon.
Há, também, o olhar dos estrangeiros. De John Lennon (New York City), de Sting (English Man in New York) e do nosso Antônio Carlos Jobim (Chansong).
Woody Allen declarou seu amor a Nova York em Manhattan. As torres gêmeas aparecem na logo do filme. Elas são a letra “h” do título. As melodias de Gershwin acompanham os personagens de Allen.
Perdidos na Noite é outro retrato de Nova York tirado pelo cinema. Solidão, amizade, marginalização – aborda temas que teriam igual significado em muitas cidades do mundo. Mas é nas ruas de Manhattan que os personagens se movem ao som de Everybody’s Talkin’.
Nova York como metáfora do sonho americano é o que temos na Estátua da Liberdade vista pelos que chegam de navio, na segunda parte de O Poderoso Chefão. A música de Nino Rota dá maior dramaticidade às imagens.
Cinco anos atrás, no décimo aniversário do 11 de setembro, Paul Simon fez uma breve aparição na cerimônia de inauguração do memorial às vítimas do atentado. Ele cantou The Sound of Silence.
Com a linha melódica ligeiramente alterada, era como se estivesse conversando. O compositor, que já reuniu multidões no Central Park, deu um sentido especial a esta canção que vem de longe. Parecia que seus versos haviam sido escritos para a ocasião.
The Sound of Silence há muito está incorporada à memória afetiva dos novaiorquinos.
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