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ECONOMIA

Carnes ainda sem redução

Na prática a desoneração no preço da carne não é sentido pelo consumidor devido aos efeitos da seca e da alta do diesel, dizem comerciantes.

Publicado em 06/04/2013 às 6:00


O anúncio da presidente Dilma Rousseff que isentou de tributos federais os itens da cesta básica completa um mês na próxima segunda-feira. A carne foi o produto que a Associação dos Supermercados da Paraíba (ASPB) garantiu que o repasse foi feito integralmente, mas o preço mais em conta ainda não chegou ao consumidor nos estabelecimentos em João Pessoa.

Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA na edição de ontem, o vice-presidente da ASPB, José Willame de Araújo, e o presidente nacional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamata, afirmaram que o consumidor já verificava uma redução de 6% no quilo do alimento. Mas, segundo os consumidores, o 'desconto' ainda não apareceu.

A dona de casa Marlene Santos foi comprar carne ontem à tarde, em um açougue da capital. Segundo ela, o produto continua caro. “Eu vejo a hora as pessoas pararem de comprar e passarem a comprar outros alimentos porque o preço não baixa”, afirmou. A mesma situação foi vivenciada pela dona de casa Elijane Farias, que comprou em um supermercado. “O preço continua igual. Eu sei que Dilma reduziu os impostos, mas na prática isto ainda não foi repassado”, assegurou.

E não aconteceu mesmo. De acordo com o gerente de um açougue, Rivonaldo Silva, alguns itens tiveram redução, mas, com a alta dos fretes, – esta motivada pela elevação do valor do diesel nas bombas – o preço caiu e subiu novamente, sem sofrer alteração prática para o consumidor. “Houve a retirada de impostos, mas houve também a alta do diesel. Com o combustível em alta, o frete fica mais caro. Quer dizer, estamos em tempo de seca e precisamos comprar gado de fora, de Tocantins, do Pará, porque no Nordeste não tem mais nada.

Então a alta do diesel 'comeu' a desoneração da presidente”.
Na opinião do gerente, a seca fez com que o varejista comprasse o gado em outros Estados e pagasse por um frete mais alto, já que o diesel está mais caro. Dessa forma, mesmo se a carne estiver mais barata na fonte com a desoneração de 6%, na prática, a redução do preço para o consumidor final não acontece.

O vendedor de um supermercado na Torre, Leonardo Severino, contou que os preços realmente estão estabilizados. “Nem subiu, nem desceu. Está assim desde o mês passado”, disse. Nos açougues a situação é a mesma. “Aqui o preço é o mesmo do mês passado”, afirmou o funcionário de açougue, em Mangabeira, Genival Soares.

Sobre o assunto, o vice-presidente da ASPB, José Willame, assegurou que a queda existe e que a desoneração era um pleito antigo da categoria. “Tenho certeza absoluta que a categoria supermercadista abraçou a desoneração, porque este era um pleito nosso de mais de 20 anos. Na minha loja, por exemplo, teve corte de carne que caiu em mais de 10%, o frango teve redução de mais de um real, no quilo”, assegurou.

Para Willame, o consumidor que pesquisar um pouco mais ou aquele que procurar as grandes redes de supermercados deve economizar ainda mais. “A cesta básica de João Pessoa e de Aracaju são as mais baratas do país, o setor quer ser mais competitivo, ele quer preços mais em conta. No Walmart ou no Carrefour, houve um acordo nacional pela redução. Portanto, ela existe”, concluiu.

Valor do quilo varia até 54,1% na capital

Pesquisar é sempre uma boa alternativa para o consumidor paraibano. Isto porque o preço do quilo da carne varia em até 54,1% na capital. Num supermercado no bairro da Torre, o quilo do corte 'fraldinha' custa R$ 12,00 contra os R$ 17,50 da mesma porção comercializada em Mangabeira. Apesar da diferença, o bairro da Zona Sul traz os melhores preços dos cortes 'coxão mole' (R$ 17,50), 'contra-filé' (R$ 17,50), 'alcatra' (R$ 17,50) e peito de frango (R$ 8,10).

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Jornal da Paraíba

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