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ECONOMIA

Inflação já atinge 7,7% no acumulado de 12 meses segundo dados do IBGE

Reajustes da energia e gasolina levam o IPCA para a maior alta desde maio de 2005 quando o índice atingiu 8,05%

Publicado em 07/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 17:07

O IPCA, índice que baliza o regime de metas de inflação do governo, segue sob forte pressão. O índice acumulado em 12 meses ficou em 7,7% até fevereiro, superior aos 7,14% até janeiro. É o maior aumento desde maio de 2005, que foi de 8,05%. O resultado é superior aos 7,56% do centro das apostas de analistas de bancos e consultorias.

O índice fechou fevereiro com alta de 1,22%. Em janeiro, a taxa havia sido de 1,24%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE e os principais impactos vieram dos preços controlados pelo governo, sobretudo energia e gasolina.

Em fevereiro de 2014, a inflação fora bem mais moderada: 0,55%.

Trata-de do segundo mês seguido com alta superior a 1%, algo inédito desde o primeiro trimestre de 2003, quando o país vivia a crise após a eleição do ex-presidente Lula em 2003, que fez o dólar disparar para R$ 4,00.

FATORES DE ALTA
Os principais focos de pressão em fevereiro vieram de energia elétrica (3,14%), gasolina (8,42%), educação (5,83%). Os alimentos ficaram 0,81% mais caros, mas num ritmo inferior ao da inflação média.

A forte alta recente do câmbio (e seus impactos sobre preços de alimentos cotados em dólar e produtos importados) é uma incerteza a mais para o já complicado cenário de inflação, que pode levar a taxa do ano a superar as previsões de uma alta de em torno de 7,5% neste ano, segundo analistas.

CORRÓI A RENDA
A forte alta da inflação, porém, corrói a renda disponível dos consumidores, que tendem a focar seus gastos em produtos mais essenciais e nos serviços públicos indispensáveis, como água, energia e transporte.

SETORES
Com a forte alta da gasolina, sob impacto do aumento de tributos, o grupo transportes subiu 2,2% em fevereiro, mais do que o 1,83% de janeiro. Ainda em transportes, destacaram-se os aumentos de outros importantes itens de consumo das famílias etanol (7,19%), automóvel novo (2,88%, variação ocorrida após o fim do IPI reduzido ) e ônibus urbano (2,73%).

Já a energia não contabiliza ainda o reajuste das tarifas anuais da Aneel (estimado, em média, em 32%). Apenas uma das distribuidores de São Paulo teve autorização para elevar as contas. O impacto principal veio da adoção das bandeiras tarifárias, que elevam a conta quando são usadas as termelétricas, com custo maior. Atualmente, a bandeira é vermelha e aponta o uso mais intensivo dessa fonte de geração mais cara.

O aumento da educação ocorreu em razão do reajuste anual das mensalidades escolares. Trata-se de uma pressão pontual e que não se repete nos próximos meses. Para analistas, os juros mais altos (nesta semana a Selic foi elevada para 12,5%) tem um efeito limitado para conter a inflação, pois boa parte dos aumentos são de preços públicos, administrados pelo governo.

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Jornal da Paraíba

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