ECONOMIA
Mais da metade dos empreendedores da Paraíba são idosos
Pesquisa Empreendedorismo Jovem e Sênior no Brasil em 2018 foi realizada pelo Sebrae Nacional.
Publicado em 30/06/2019 às 7:25 | Atualizado em 01/07/2019 às 12:06
Os donos de pequenos negócios na Paraíba são, em sua maioria, idosos, quando comparados aos jovens empreendedores do estado. É o que aponta a pesquisa Empreendedorismo Jovem e Sênior no Brasil em 2018, realizada pelo Sebrae Nacional. O estudo revela que, do total de 82 mil empreendimentos levantados pela pesquisa nas faixas mais jovens e mais idosas, 45 mil (ou 54%) são de empreendedores paraibanos com 65 anos ou mais, enquanto 37 mil (ou 45%) são de jovens com até 24 anos de idade.
De acordo com a pesquisa, tanto nas faixas etárias mais jovens quanto nas mais maduras, mais homens estão à frente dos negócios em relação a mulheres. Até 24 anos, 61% dos empreendedores são homens, enquanto 39% são mulheres. Já na faixa etária dos 65 anos ou mais, a disparidade é ainda maior: 76% dos donos de negócios são homens, enquanto 24% são mulheres. Em relação à escolaridade, a maior parte dos jovens (61%) possuem até o Ensino Médio, enquanto os empreendedores mais maduros, em sua maioria (61%), têm grau de instrução até o Ensino Fundamental.
Em relação ao tempo de trabalho, os empreendedores paraibanos com mais de 65 anos apresentam maior estabilidade, com 89% deles persistindo dois ou mais ano no mesmo tipo de atividade, contra os jovens que têm maior rotatividade, com 46% dos pesquisados empreendendo na mesma atividade por mais tempo. No tocante ao rendimento médio, tanto jovens quando seniores recebem, em sua maioria, até 01 salário mínimo (76% para cada faixa etária). Apenas 7% dos empreendedores idosos e 2,62% dos jovens recebem três salários mínimos ou mais.
De acordo com a economista e gerente estratégica do Sebrae Paraíba, Ivani Costa, a diferença entre os donos de negócios seniores e os jovens está na razão para optar pelo empreendedorismo: enquanto os mais maduros buscam uma nova oportunidade ou recolocação no mercado de trabalho, os jovens, sem oportunidades de trabalho formal, empreendem por necessidade. “Independentemente da idade, é essencial que o empreendedor esteja cada vez mais antenado com o mundo dos negócios. Isso pode ser feito por meio de cursos, capacitações e consultorias que o próprio Sebrae oferta. Ao obter mais conhecimentos em assuntos como gestão, inovação e sustentabilidade, por exemplo, o empreendedor pode se destacar em meio a concorrência”, destacou.
Informalidade
O nível de informalidade, ou seja, empreendedores sem CNPJ, é bastante alto nas duas faixas etárias avaliadas pelo estudo, sendo que os jovens ainda superam os seniores neste aspecto. Enquanto 89% dos empreendimentos comandados por jovens até 24 anos não são formalizados, o percentual cai para 87% no caso dos donos de negócios paraibanos com 65 anos ou mais.
No Brasil, o estudo Empreendedorismo Jovem e Sênior aponta os empreendedores mais maduros também são maioria: enquanto 2.166 com 65 anos ou mais estão à frente dos pequenos negócios no país, 1.909 possuem até 24 anos de idade. A pesquisa foi realizada com base em dados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE; do Relatório Executivo Empreendedorismo no Brasil, produzido pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM); e da Pesquisa sobre Transformação Digital nas Micro e Pequenas Empresas no Brasil e Pesquisa sobre Perfil dos Microempreendedores Individuais (2017).
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