ECONOMIA
Municípios do interior conectados à internet
Programa Federal deve custar R$ 40 milhões e vai escolher cidades carentes de até 50 mil habitantes, para modernizar e facilitar o acesso a internet.
Publicado em 04/04/2012 às 6:30
Mais de 78,5 milhões de brasileiros têm acesso à internet, deste total, cerca de 63,5 milhões se conectam em casa ou no local de trabalho. Os dados são do instituto de pesquisa Ibope Nielsen Online. Mesmo com essa quantidade de usuários, dificuldades em comprar equipamentos ou o custo de manter um serviço de internet fazem com que muitas pessoas ainda não tenham como navegar na web. Na Paraíba, por exemplo, conforme o Censo 2010, 894.116 domicílios não têm computador e nem acesso à internet.
A internet é uma ferramenta indispensável para qualquer pessoa, seja de estudante, a dona de casa ou profissionais dos mais diversos segmentos. As facilidades de comunicação e o acesso rápido à informação são umas das inúmeras vantagens oferecidas pela internet. Para a gestora de tecnologia da informação do Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Paraíba (Sebrae-PB), Danyele Raposo, é importante que a pessoa saiba usar a internet de maneira produtiva. “A internet é uma excelente fonte de pesquisa e a população tem que ser orientada sobre como usar esse serviço da melhor maneira possível”, disse.
Nas cidades brasileiras pouco desenvolvidas, o custo para que a população tenha acesso à internet ainda é alto. Para mudar essa realidade e modernizar também os serviços públicos dos municípios brasileiros mais carentes, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e a secretária de Inclusão Digital do MiniCom, Lygia Puppato, lançaram, na semana passada, o edital do projeto Cidades Digitais. Com o projeto, serão implantados aplicativos de gestão para os setores financeiro, tributário, de saúde e educação e também pontos de acesso à internet para uso livre e gratuito em espaços de grande circulação em locais definidos a critério das prefeituras.
O 'Cidades Digitais' deve selecionar 80 cidades, prioritariamente das regiões Norte e Nordeste, para implantar o projeto. De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Comunicação (MinCom), todos os municípios podem participar, no entanto, devem ser contemplados, preferencialmente, os municípios com até 50 mil habitantes e com menor Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Na Paraíba, dos 223 municípios, 214 possuem população com até 50 mil moradores.
Com relação ao IFDM, segundo o ranking 2011, ano base 2009, nenhum município paraibano obteve baixo estágio de desenvolvimento (IFDM entre 0 e 0,4). Mas, 194 apresentaram desenvolvimento considerado regular (IFDM entre 0,4 e 0,6). O edital do projeto apresenta ainda outros critérios de classificação e todos os municípios vão receber pontuações sobre os seus respectivos índices e esta pontuação será somada ao que está definido no edital. A seleção será feita pela classificação a partir da soma da pontuação de cada item, além das outras exigências descritas no edital (http://www.mc.gov.br/images/inclusao-digital/editais/chamada-publica_sid-mc_2012-01.pdf).
As prefeituras têm até 13 de maio para inscrever sua proposta ao Ministério das Comunicações. O governo espera que os custos do programa sejam de R$ 40 milhões. De acordo com o edital, será escolhida uma cidade por Estado brasileiro, e um dos propósitos é fomentar também a economia local, com ações de desenvolvimentos para as micro e pequenas empresas. “Essa é uma boa iniciativa para os pequenos negócios, principalmente para os que ainda não dispõem dessa tecnologia. A internet é também um canal de vendas e uma oportunidade para fazer negócios e investir no turismo”, comenta Danyele Raposo.
Apesar do projeto criar uma boa expectativa, na opinião da gestora do Sebrae, é necessário que haja um acompanhamento da gestão pública do serviço e de orientação para a população contemplada. “O que tem que se preocupar é com a gestão disso tudo. Sem dúvidas é um avanço tecnológico para as cidades, seja para a educação ou para as pequenas empresas. Temos que considerar também que se a população não souber aproveitar o serviço, ela mesma pode ser violada”, reforça.
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