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ECONOMIA

"Quem mata o rebanho não é a seca. É a fome"

 Estiagem no semiárido não é motivo para desistir: técnicas desenvolvidas pela Emepa buscam fazer com que a produção leiteira seja possível durante todo o ano.

Publicado em 19/10/2015 às 14:46

"Quem mata o rebanho não é a seca. É a fome. E a fome, se você planejar de forma eficiente, você pode tentar driblar", afirma o diretor técnico da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa. O órgão vem, há anos, desenvolvendo modelos alternativos para a produção de carne e de leite nos setores de caprino e ovinocultura. São pesquisas em melhoramento genético, nutrição, reprodução e forragens, como também na qualidade da carne, produtos derivados e produção orgânica de ovinos. Foi através da Emepa, também, que os produtores Darimagda da Silva e Ilton Pimentel receberam o treinamento necessário para que pudessem dar o pontapé no setor dos queijos. "Hoje, o queijo é um caminho que tem apontado que vai alavancar ainda mais a atividade", pontua Wandrick.

Embora o semiárido tenha um grande potencial para a caprinocultura (no Nordeste brasileiro está localizado mais de 90% do rebanho caprino do país), a seca é um dos principais entraves para o desenvolvimento da atividade. E esse, portanto, é o maior desafio das pesquisas realizadas pela Emepa: desenvolver tecnologia para que se possa produzir carne e leite de caprinos durante todo o ano. "Culturalmente, no Nordeste, quando tinha uma grande seca, o produtor se preocupava em salvar o animal. Os animais sobreviviam principalmente com a palma forrageira. Mas o que nós estamos tentando fazer é que o animal não só sobreviva, mas que ele também reproduza e produza regularmente durante todo o ano", afirma o diretor, que também é o coordenador do projeto Desenvolvimento de pesquisas para avanços e consolidação dos agronegócios, dos produtos e serviços da caprinovinocultura no semiárido - AGROCAPRI.
Uma das tecnologias desenvolvidas nesse sentido foi a criação dos blocos multinutricionais. Tratam-se de blocos que são produzidos através da mistura de melaço, ureia pecuária, sal comum, minerais, fontes proteicas e energéticas e cal hidratada. Esses elementos são misturados e moldados em forma de blocos que, depois de secos, são destinados a suplementar a alimentação dos animais durante os períodos de estiagem. "Em períodos de estiagem, a oferta de forragens é insuficiente em quantidade e qualidade para suprir as necessidades nutricionais dos rebanhos localizados do semiárido, o que compromete o desenvolvimento dos animais que apresentam índices produtivos e reprodutivos muito baixos", afirma Wandrick.
Outras tecnologias que atualmente estão em fase de estudo pela Emepa dizem respeito ao manejo dos animais. Através de uma pesquisa realizada em parceria com a UFPB e a UFCG, pretende-se dar condições nutricionais para que os animais sejam submetidos a três partos em dois anos (geralmente é feito apenas um parto por ano). "Isso, os caprinos de corte. Os de leite, nós trabalhamos em lotes. Nós dividimos o rebanho em três lotes para que se tenha sempre animais em lactação durante todo o ano", pontua o coordenador do Agrocapri.
Fora isso, ele aponta também a importância da tipificação e a classificação da carcaça (sendo a carcaça tida como a fase intermediária entre o animal vivo e a carne para o consumo - ou seja, aquela carne que está pronta para ir para o açougue). Segundo o professor da UFCG Marcílio Fontes Cézar, o mercado exige cada vez mais a produção de excelentes carcaças, ou seja, aquelas que geram carne em grande quantia e com boas características para consumo. Por isso, é necessário elaborar um sistema que tipifique e classifique-as. Com os dados que vêm sendo obtidos através das pesquisas, será possível contribuir para a cadeia produtiva de caprinos e ovinos e oferecer carne diferenciada para o mercado consumidor. A ideia é ter um protocolo que sirva de modelo para o Brasil de classificação e classificação de carcaça, bem como também de corte comercial. "Esse projeto ele vai disponibilizar um catálogo com mais de 50 cortes comerciais a partir da carcaça tanto de caprino como de ovino. Outros países já fazem isso. Nós iremos, em breve, também fazer", pontua Wandrick.
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Jornal da Paraíba

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