ECONOMIA
Veículos têm melhor mês da história
Dados mostram recorde nas vendas de automóveis em agosto; em comparação a julho alta foi de 15,3% e de 28,3% em relação a 2011.
Publicado em 05/09/2012 às 6:00
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) confirmou ontem que as vendas de veículos (inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) tiveram o melhor mês da história da indústria automobilística. A marca recorde é de 420.101 unidades e representa aumento de 15,3% sobre julho (364.201 unidades) e de 28,3% em relação a agosto do ano passado, com 327.360.
O resultado foi impulsionado pelas vendas de carros (automóveis e comerciais leves), também históricas, que somaram 405.518 emplacamentos em agosto, alta de 15,4% sobre julho, graças ao desconto do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados). Este também foi o melhor mês de todos os tempos em vendas para o segmento, superando dezembro de 2010, segundo a Fenabrave, quando foram emplacados 361.197 carros.
O novo patamar de vendas já havia sido adiantado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na última sexta, e só foi atingido por causa do desconto no IPI determinado pelo governo em 21 de maio passado e, agora, adiado até o fim de outubro.
A medida visa manter a retomada do consumo e dos investimentos por parte das montadoras e fornecedores de autopeças. A Fiat também havia antecipado o volume recorde para o mercado brasileiro.
"Foi um mês surpreendente. Quando desonera o consumo, o mercado reage", afirma o presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti. "Obviamente que houve uma antecipação de compras, mas ainda não temos como mensurar o quanto. Mesmo assim, quem comprou o carro há três anos, hoje começa a trocar o carro", pondera Flavio Meneghetti.
De acordo com Meneghetti, além da ajuda da redução do imposto, o setor foi beneficiado pela melhora "substancial" da oferta de crédito. "Antes tínhamos de 30% a 40% de aprovação de crédito. Hoje, a faixa é de 50% a 60%. A qualidade do crédito está boa. Ofertas de 60 vezes sem juros não vamos mais ver."
CAMINHÕES E ÔNIBUS
Já o setor de caminhões teve alta de 5,9% em agosto, somando 11.360 unidades. As vendas de ônibus apresentaram crescimento de 54,8% sobre o mês anterior, com 3.223 unidades. Na análise da Fenabrave, o que mais afetou o setor de caminhões foi a antecipação "surpreendente" de compra. "Isso foi o que pesou de verdade, nem foi o crescimento mais lento do PIB do país." Segundo Meneghetti, o setor tende a se recuperar.
De janeiro a agosto, o setor soma 2,501 milhões de veículos vendidos, aumento de 5,5% sobre 2011. Por segmento, o de automóveis e comerciais leves soma 2,389 milhões unidades — aumento de 6,97% sobre o mesmo período do ano passado. O crescimento é justificado pelo incentivo ao consumo, o que inclui, além do desconto do IPI, o aumento do estímulo de crédito no sistema financeiro, mesmo com patamar de inadimplência alto para o setor.
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