COTIDIANO
Caso Ana Sophia: polícia pede prisão de suspeito desaparecido por homicídio qualificado
Justiça ainda precisa autorizar o pedido da polícia para que um mandado de prisão seja expedido contra Tiago Fontes Silva da Rocha.
Publicado em 20/09/2023 às 15:43 | Atualizado em 14/11/2023 às 8:56
A polícia pediu a prisão temporária de Tiago Fontes Silva da Rocha, suspeito desaparecido desde o início do mês, que é investigado no caso Ana Sophia, a menina de 8 anos que sumiu na cidade de Bananeiras, há mais de dois meses. Ele é acusado de homicídio qualificado. Tiago foi encontrado morto em uma área de mata fechada no sítio Camará de Baixo, na zona rural de Bananeiras, em 9 de novembro. A Polícia Civil confirmou a identidade do corpo.
O pedido protocolado pela polícia ainda precisa ser acatado pela Justiça para que seja expedido um mandado de prisão contra Tiago Fontes Silva da Rocha. O Ministério Público não se pronunciou para a imprensa sobre o pedido.
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O suspeito está desaparecido desde pouco depois de uma vistoria feita na casa dele pela polícia, que ficou sabendo sobre o sumiço do jovem no último dia 11 de setembro, segundo informações do delegado Luciano Soares, superintendente da 4ª região da Polícia Civil.
“Imagens de câmeras coletadas em imóveis no centro de Bananeiras já demonstram que ele (Tiago Fontes), após descer de um ônibus próximo à mata da UFPB, se dirigiu ao centro de Solânea, a poucos metros, de forma que ele também já foi visto no centro de Solânea, porém não retornou ao seu imóvel. Ele estava sozinho, o que aparentemente demonstra que o desaparecimento ocorreu de forma voluntária”, disse o delegado à época.
Quebra de sigilo
A polícia também pediu a quebra de sigilo telefônico e telemático de Tiago Fontes e outras três pessoas.
O Jornal da Paraíba entrou em contato com o advogado de defesa de Tiago Fontes, que é representado pelo advogado Marcus Alânio, que disse não poder se posicionar sobre o caso porque não teve conhecimento do que provocou o pedido de prisão temporária do cliente.
Cronologia do desaparecimento de Ana Sophia
Na terça-feira, 4 de julho, por volta das 12h, Ana Sophia pediu à mãe para ir brincar na casa de uma colega, como de costume. A menina de 8 anos era acostumada a andar pelas ruas do pequeno distrito. Ela se despediu por três vezes e saiu usando um vestido azul florido.
Ana Sophia foi até a casa da colega, mas não permaneceu por muito tempo, pois a menina estava de saída com a família para Solânea.
Uma câmera de segurança registrou Ana Sophia se despedindo da colega e retornando, como se estivesse voltando para casa, no entanto, ela nunca chegou na sua residência. Aquele foi o último registro da criança. A suspeita é de que ela tenha desaparecido nesse trajeto.
No mesmo dia, a família de Ana Sophia registrou na polícia o desaparecimento, e as buscas começaram no dia seguinte.
As investigações
Na quarta-feira, 5 de julho, a Polícia Civil começou a procurar pela menina, com apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Uma força-tarefa foi montada, e as buscas já aconteceram na casa da menina, em imóveis vizinhos, em açudes e nas matas da região. Foram usados cães farejadores, drones, helicóptero, mergulhadores dos Bombeiros e até retroescavadeira para reduzir o volume de um açude.
O delegado Diógenes Fernandes, da delegacia de Solânea, que também acompanhava o caso, disse que, por causa do tempo do desaparecimento, a hipótese de homicídio passou a ser considerada. No entanto, há também a possibilidade de um sequestro. O delegado também afirmou que a polícia considera a hipótese de que a menina tenha sido vítima de um crime cometido por alguém próximo.
Um vídeo que mostra uma criança entrando em uma casa, numa rua próxima de onde a menina desapareceu, também foi investigado pela polícia. Não se sabe ao certo se é Ana Sophia na imagem por causa da distância e da qualidade do vídeo. Mas a casa foi toda vistoriada há uma semana e nada foi encontrado. No local e na vizinhança moram outras crianças.
Em 28 de julho, a Polícia Civil anunciou a criação de uma força-investigativa com 11 agentes que devem atuar exclusivamente nas investigações sobre o desaparecimento de Ana Sophia. São dois novos delegados, um escrivão e oito investigadores.
A mãe da menina Ana Sophia também teve o material genético coletado pelo Instituto de Polícia Científica no dia 15 de agosto. De acordo com o delegado Diógenes Fernandes, a coleta de DNA é um procedimento padrão em casos de desaparecimentos, e tem o objetivo de auxiliar na investigação.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quinta-feira, dia 31 de agosto, em imóveis do distrito de Roma, em relação ao desaparecimento da menina Ana Sophia. De acordo com o superintendente da 4ª região da Polícia Civil, Luciano Soares, a ação constitui mais uma fase da força-tarefa investigativa montada para solucionar o desaparecimento.
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