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CONVERSA POLÍTICA

Gaeco diz que Padre Egídio movimentou R$ 4,5 milhões com vinhos, obras de arte e imóveis

Valor, que segundo o Gaeco, é superior ao "abarcado pelos seus rendimentos lícitos, que dentro de uma análise mensal, observam uma média de R$ 15,6 mil". 

Publicado em 18/11/2023 às 6:42 | Atualizado em 18/11/2023 às 8:30


                                        
                                            Gaeco diz que Padre Egídio movimentou R$ 4,5 milhões com vinhos, obras de arte e imóveis

Uma auditoria feita pelo Ministério Público da Paraíba, na investigação da Operação Indignus, revelou que o Padre Egídio movimentou nas contas pessoais, entre 2021 e junho de 2023, R$ 4, 5 milhões.

Valor, que segundo o Gaeco, é superior ao "abarcado pelos seus rendimentos lícitos, que dentro de uma análise mensal, observam uma média de R$ 15,6 mil".

O ex-diretor do Hospital Padre Zé, Padre Egídio foi preso, nesta sexta-feira (17), passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida pela justiça pelo juiz plantonista André Ricardo de Carvalho Costa.

O religioso foi encaminhado para a Penitenciária Especial do Valentina de Figueiredo.

Além de Egídio de Carvalho, também foram decretadas a prisão de duas ex-funcionárias do Hospital Padre Zé: a ex-diretora administrativa, Jannyne Dantas, e a ex-tesoureira, Amanda Duarte, acusadas de participar de um esquema de desvios de recursos públicos estimados em cerca de R$ 140 milhões, de 2013 a setembro deste ano.

Bens comprados  

Segundo relatou o MPPB, Padre Egídio é proprietário de 29 imóveis, alguns de alto padrão, e utilizou recursos do Hospital Padre Zé para quitar despesas pessoais, incluindo reformas e projetos arquitetônicos.

A ex-tesoureira seria a responsável por inserir os gastos pessoais do grupo criminoso na contabilidade do instituto.

Entre os bens e serviços comprados e pagos com dinheiro do Hospital, segundo o MPPB, estavam:

    • um veículo GM/SPIN 2022 para Jannyne Dantas por R$ 122.000,00 (cento e vinte e dois mil reais), pagos em espécie, e, em seguida, determinou LOCAÇÃO DO VEÍCULO AO ISJ, mediante o pagamento da contraprestação mensal de R$ 3.572,00, sendo o veículo sempre permaneceu como sendo de uso exclusivo do núcleo familiar de Jannyne Dantas;
    • apenas no ano de 2022, foram gastos R$ 109.980,00 com bebidas alcoólicas (vinho);
    • foi verificado que o religioso, segundo o MP, usou verbas da unidade filantrópica, cerca de R$ 15 mil para gastar com óticas situadas na cidade de São Paulo;
    • O imóvel Atelier Bella Cintra, localizado em São Paulo/SP, de acordo com MPPB, de propriedade do Padre, foi pago com recursos próprios do Instituto, tendo a ex-tesoureira transferido o montante de R$ 252 mil;
    • Dentre as despesas pessoais do Padre Egídio está o pagamento do bacharelado em medicina do seu sobrinho, em Universidade de São Paulo  que, durante o ano de 2023, custou, mensalmente, R$ 13.007,99;
    • Segundo o MPPB, todos os imóveis de propriedade possuíam:
adornos luxuosos, tais como obras de arte, artes sacras, cristais, eletrodomésticos, equipamentos domésticos, peças de vestuários e acessórios no geral. Até momento, foi apurado um gasto de R$ 358 mil apenas em um único antiquário especializado em arte sacra (...) R$ 80, 4 mil com os quadros (...) todos os pagamentos foram realizados por intermédio de contas bancárias do Instituto São José", detalhou o MPPB

Monitores não encontrados 

Na apuração do MPPB, foi registra ainda o pagamento de 38 monitores multiparamétricos para o Hospital

Padre Zé, efetuados com recursos oriundos do convênio 039/2021 da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa.

Os registros de pagamento somam o valor de R$ 363.926,00 e não coincidem, de acordo com os investigadores, com o inventário do setor de patrimônio do referido hospital, que não aponta a existência desses equipamentos, usados para o tratamento de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave, especialmente no contexto de pandemia de COVID-19.

Defesa

A defesa de Padre Egídio disse que não vai se pronunciar, por enquanto.

Já a defesa das investigadas Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte da Silva Dantas afirmou que, "de modo veemente, que apesar da vastidão de documentos colecionados na operação Indignus, nenhum elemento probatório dá conta de que as mesmas de algum modo tenham locupletado-se pessoalmente ou por meio de terceiros, de verbas oriundas do Hospital Padre Zé, sendo certo que, tais afirmações podem ser percebidas desde já, mas contudo, serão devida e cabalmente comprovadas no curso processual'.

Leia também: 

— Padre Egídio e Amanda sacavam dinheiro na ‘boca do caixa’ para apagar rastros dos desvios, diz Gaeco

– OPINIÃO: caso Padre Zé escancara necessidade de mais transparência de entidades filantrópicas

– Caso Padre Zé: nove imóveis alvos da ‘Indignus’ foram citados em denúncia anônima feita ao MPPB

– VÍDEO: veja como é a granja, no Conde, alvo da operação que investiga desvios no Hospital Padre Zé

– Operação Indignus: imóveis de luxo no Bessa e Cabo Branco podem ter sido comprados com dinheiro do Hospital Padre Zé

Imagem ilustrativa da imagem Gaeco diz que Padre Egídio movimentou R$ 4,5 milhões com vinhos, obras de arte e imóveis

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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