CONVERSA POLÍTICA
"É melhor perder a vida do que perder a liberdade", diz Queiroga ao reproduzir discurso de Bolsonaro
Ao reforçar fala do presidente, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga relativiza "a vida", colocando o compromisso com a saúde pública de lado para seguir a cartilha do presidente.
Publicado em 07/12/2021 às 20:08 | Atualizado em 08/12/2021 às 7:56
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga parece que resolveu rasgar o compromisso de Hipócrates que fez ao se tornar médico para seguir a cartilha do presidente Jair Bolsonaro. Disse hoje (7), em entrevista à imprensa, que é "melhor perder a vida do que perder a liberdade".
A declaração de Queiroga, reproduz o discurso que Bolsonaro fez, também hoje, em duas oportunidades. No contexto, só depõe contra o ministro. O presidente voltou a atacar o passaporte vacinal, classificando a medida de controle sanitário contra a Covid-19 como uma "coleira que querem colocar no povo brasileiro".
O comprovante da vacina vem sendo adotado por diversos estados, como a Paraíba, que passou a exigir desde o início de dezembro o documento para entrada em shows, eventos sociais, além de estabelecimentos comerciais como bares e restaurantes.
A medida foi recomendada pela Anvisa ao governo federal, principalmente para entrada no Brasil, como ocorre em muitos países. O Tribunal de Contas da União (TCU), com base em relatório do paraibano Vital do Rego, também expediu recomendação ao presidente.
Apesar dos pedidos, o ministro Marcelo Queiroga tem mantido resistência ao passaporte. Disse que não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas e, a partir daí, impor restrições. "Até porque a Ciência já sabe que a vacina não impedem totalmente a transmissão do vírus", afirmou.
A revelia da preocupação mundial com a Ômicron, o governo brasileiro anunciou apenas que irá impor a quarentena de cinco dias e teste RT-PCR a viajantes não vacinados que queiram entrar no País. Não explicou ainda como será feito o processo de isolamento dessas pessoas.
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