CONVERSA POLÍTICA
OPINIÃO: Em vez da eleição de 2026, que tal discutir o déficit de policiais apontado pelo MPPB?
A preocupação com sobrevivência política tem negligenciado a busca por soluções de problemas reais.
Publicado em 11/02/2025 às 11:35
![OPINIÃO: Em vez da eleição de 2026, que tal discutir o déficit de policiais apontado pelo MPPB?](https://cdn.jornaldaparaiba.com.br/img/inline/180000/500x0/OPINIAO-Em-vez-da-eleicao-de-2026-que-tal-discutir0018834800202502111135-8.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornaldaparaiba.com.br%2Fimg%2Finline%2F180000%2FOPINIAO-Em-vez-da-eleicao-de-2026-que-tal-discutir0018834800202502111135.jpg%3Fxid%3D1108066&xid=1108066)
Nesta segunda-feira (10), registramos aqui a miopia de lideranças do PRESENTE e do FUTURO da Paraíba.
Eles se reuniram para discutir eleição de 2026, com quase 2 anos de antecedência.
Fizeram isso em detrimento do debate sobre soluções de nossos problemas, da elaboração de uma estratégia para garantir recursos para início e conclusão de obras fundamentais (confira alguns exemplos aqui). No encontro, todos eram da base governista.
No fim de dezembro, oposição também resolveu antecipar o debate eleitoral, pressionado pelo receio da perda de espaço.
Mas, de um lado ou de outro, com a chamada força da República da Paraíba, em Brasília, seria muito mais producente elaborar um plano para destravar ações fundamentais para o desenvolvimento do estado. Foi o alerta que fizemos.
Essa deveria ser a ordem do dia. A eleição não deveria ser o mais importante, como está sendo.
Há muitas questões que emperram esse caminho e trazem problemas diários para população.
Um desses problemas foi apontado, ontem (10), pelo Ministério Público da Paraíba.
Dados de 2024 revelam que apenas 2.289 policiais civis estavam em atividade na Paraíba, quando a Lei Estadual 8.672/2008 prevê um contingente de 7.925 profissionais.
Em entrevista à CBN Paraíba, nesta terça-feira (11), o secretário de Segurança, Jean Nunes, disse que o déficit apresentado pelo MPPB é fictício e que o estado está chamando 1400 policiais do último concurso, de 2021.
Independentemente de quem tem a razão nos números, o tema e as estatísticas estão aí para alimentar debate e balizar soluções.
Menos de 50% dos crimes cometidos na Paraíba são desvendados, mesmo com a luta e trabalho duro dos profissionais que estão na ativa.
Há pelo menos 15 anos se fala e se detecta um déficit do policiais civis e militares, no estado.
Essa é uma questão central que não está no debate das lideranças políticas paraibanas, que não está em sessões inócuas da Assembleia Legislativa.
Apesar de ações importantes, como a criação de Centros de Comando e Controle, a violência tem avançado com o fortalecimento do crime organizado nas favelas.
Quem tem condições, tem deixado suas comunidades porque não quer ser vítima ou presenciar assassinatos a qualquer hora, na frente de crianças ou de quem quer se seja.
Quem está nas áreas mais centrais e nobres convive com a ideia de que tudo pode acontecer, um celular pode ser roubado, a casa invadida, uma arma pode ser colocada na cabeça como ameaça.
Variações para menos nos números da violência ajudam na construção retórica, mas a sensação na vida real é de um lugar inseguro.
"Tá aí", o MPPB colocou luz num tema que pode ser trazido para debate, para busca de soluções, de um plano para enfretamento da questão, que parece se agravar ainda mais.
República da Paraíba
E só pra lembrar que quando falamos de República da Paraíba, registramos que hoje temos um presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; uma 1º Secretária do Senado, Danniela Ribeiro.
Vários líderes partidários e de grande influência em Brasília, os senadores Efraim Filho, Veneziano Vital do Rêgo, os deputados Aguinaldo Ribeiro, Romero Rodrigues, Gervásio Maia. É tanta gente que é capaz de termos esquecido alguém.
Nas instituições, um presidente do TCU, Vital do Rêgo; a presidente do Banco Brasil, Tarciana Medeiros; o presidente da Caixa, Carlos Vieira. O presidente do STJ, Herman Benjamim.
Como alguns deles dizem, os atros se alinharam. Basta saber qual será o saldo desse momento.
Tomara que seja mais do que a ocupação de uma vaga numa chapa majoritária.
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