CONVERSA POLÍTICA
Novo pedido de soltura de Padre Egídio está pronto para análise no STJ
Semana passada, um habeas corpus foi negado pelo ministro Teodoro Silva dos Santos, que nem analisou o mérito. Na última decisão, afirmou que a defesa pulou etapas porque deveria ter solicitado a liberdade no TJ, antes de recorrer à Corte Superior.
Publicado em 05/12/2023 às 10:12 | Atualizado em 05/12/2023 às 10:33
Um novo pedido de soltura do Padre Egídio, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, está pronto para análise no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso tem relatoria do ministro Teodoro Silva dos Santos.
O advogado José Rawlinson Ferraz disse ao Conversa Política que o habeas corpus foi solicitado devido a uma série de problemas de saúde física, com comorbidades, e também de ordem emocional, com depressão profunda.
Além da saúde do padre, a defesa também tentou o afrouxamento da prisão porque ele seria responsável pelos cuidado da saúde da mãe, de 92 anos, e de uma irmã, também em idade avançada e enferma.
Semana passada, o ministro Teodoro Silva dos Santos negou o pedido de soltura apresentado pela defesa do Padre Egídio. Sem analisar o mérito, o relator entendeu que a defesa 'pulou etapas' ao solicitar o habeas corpus ao STJ antes de o mesmo pedido, solicitado ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), ter sido analisado.
Assim foi feito. Ontem (4), o desembargador Ricardo Vital negou no TJPB a soltura do padre e da ex-diretora do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas.
No caso de Jannyne, ontem, o ministro Teodoro Santos já analisou o habeas corpus apresentado pela defesa e determinou que a prisão seja mantida. Ela tentou alcançar o mesmo benefício da outra ex-diretora da entidade, Amanda Duarte, que está à disposição da Justiça em casa, cumprindo medidas cautelares, por ser lactante. Já Jannyne continuará presa no presídio Feminino Júlia Maranhão, em João Pessoa.
O trio é investigado por supostos desvios de recursos públicos e doações, que foram repassados para manutenção da unidade.
Negativa de Vital
Na decisão, Vital destaca que os fundamentos apontados por Egídio de Carvalho, na pretensão de se obter o benefício da prisão domiciliar, não se enquadra em nenhuma das hipóteses legais. “Por outro lado, o recorrente não comprovou que o tratamento para a diabetes, hipertensão ou depressão seria impossível de ser prestado por profissionais qualificados, no âmbito do sistema prisional onde atualmente se encontra”.
Na verdade, os embargantes pretendem modificar o conteúdo da decisão embargada para adequá-lo aos seus entendimentos, por meio de rediscussão da matéria, o que se mostra inviável, conforme entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça, diz em outro trecho.
Reposta da defesa
A defesa de Egídio de Carvalho, através de nota, afirmou que segue confiante na Justiça Paraibana e Brasileira, de maneira a garantir os direitos constitucionais do mesmo, que irá recorrer aos Tribunais Superiores e tem plena convicção que a prisão do religioso, do ponto de vista da defesa, nada mais é do que uma verdadeira antecipação de pena, vedada pelo ordenamento processual penal Brasileiro.
Mesmo posicionamento adotado pela defesa das ex-funcionárias. “A decisão prolatada pelo relator Des. Ricardo Vital, deu-se em contexto de embargos de declaração, apenas para esclarecer pontos obscuros e contraditórios da decisão que decretou a prisão preventiva. Tal recurso é comum na norma processual penal e que visa exaurir a matéria discutida. Levaremos os reclames aos tribunais superiores no momento oportuno”, afirma, em nota.
Outras movimentações
No fim de semana, o Ministério Público apresentou à Justiça as duas primeiras denúncias oriundas da Operação Indignus, que apura desvios e fraudes na gestão do Hospital Padre Zé e de outras entidades. As duas peças foram apresentadas junto à 4ª Vara Criminal de João Pessoa.
Leia também:
– OPINIÃO: caso Padre Zé escancara necessidade de mais transparência de entidades filantrópicas
– Caso Padre Zé: nove imóveis alvos da ‘Indignus’ foram citados em denúncia anônima feita ao MPPB
– VÍDEO: veja como é a granja, no Conde, alvo da operação que investiga desvios no Hospital Padre Zé
Comentários