CONVERSA POLÍTICA
Caso Padre Zé: nove imóveis alvos da 'Indignus' foram citados em denúncia anônima feita ao MPPB
Na denúncia, há detalhes sobre os imóveis que podem ter sido comprados, reformados e equipados com materiais caros. Em nota, divulgada na manha desta quarta-feira (05), a nova direção do Hospital disse que acompanha todo o processo que corre sobre segredo de Justiça, colaborando de maneira irrestrita com as investigações.
Publicado em 05/10/2023 às 10:08 | Atualizado em 05/10/2023 às 10:57
Nove imóveis que foram alvos de busca e apreensão, nesta quinta-feira (05), da Operação Indignus, deflagrada para apurar desvios de recursos do Hospital Padre Zé, foram listados em uma denúncia anômia feita ao Ministério Público e que virou Notícia de Fato.
Na denúncia, há detalhes sobre os imóveis que podem ter sido comprados, reformados e equipados com materiais caros. O dinheiro, segundo o denunciante, que apresentou alguns documentos, teria vindo de doações e repasses de dinheiro público para a manutenção e trabalho social do Hospital Padre Zé.
Ou seja, a unidade filantrópica, que presta um serviço importantíssimo aos mais pobres, em especial os idosos, pode ter sido usada como duto para desvio de milhões que são repassados, por meio de emendas parlamentares federais, estaduais e municipais, recursos de assistência social do estado, prefeituras e de doações privadas.
Os anexos e o grau de detalhamento da denúncia demonstram que a pessoa tinha acesso livre à parte financeira do hospital.
Entre as irregularidades, segundo a denúncia, estão a compra de equipamentos eletrônicos, veículos de luxo e alimentos que não chegaram ou não foram usados em benefício da unidade hospitalar; pagamento despesas pessoais de diretores, como seguro de carros, viagens, impostos, regalias; e, ainda, compra de imóveis em João Pessoa, Recife e São Paulo, em nome de ‘laranjas’. Além de pagamentos de propina, após serviços feitos com dinheiro de doação.
Abaixo, a lista de imóveis alvos da Operação, nesta quinta-feira (05), que também estão na denúncia:
- Granja no Conde, Litoral Sul da Paraíba
- Dois apartamentos no edifício Ilha dos Corais, no Bessa
- Dois apartamentos no edifício Saulo Maia, no Cabo Branco
- Apartamento no edifício Jardim do Atlântico, no Cabo Branco
- Apartamento no residencial Luxor Paulo Miranda, no Cabo Branco
- Dois apartamentos em São Paulo
Nota do hospital
Em nota, divulgada na manha desta quarta-feira (05), a nova direção do Hospital disse que acompanha todo o processo que corre sobre segredo de Justiça, colaborando de maneira irrestrita com as investigações.
"Deve-se destacar que a atual gestão, que assumiu no último dia 25, tem contribuído com toda a investigação e que tão logo sejam concluídas irá se pronunciar no que toca ao Hospital Padre Zé. Ressalta-se que os investigados na operação “Indignus” não fazem mais parte da diretoria da instituição", afirmou.
Na nota ressaltou ainda que, no momento, o esforço é para manutenção dos serviços prestados para a população, cumprindo com todas obrigações administrativas que conta com a ajuda de todos que acreditam na instituição.
Pedido da nova direção
Esta semana, a nova diretoria do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, solicitou ao Ministério Público da Paraíba uma auditoria “ampla e irrestrita” em todas as suas contas, contratos, convênios e projetos instituição.
O Hospital Padre Zé revelou que está passando por “grave problemas financeiros”, mas que os serviços não serão suspensos.
A nova diretoria do Hospital Padre Zé, após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira, constatou que a unidade encontra-se com inúmeras dívidas que comprometem a sua funcionalidade.
Antiga direção
O hospital era gerido pelo Padre Egídio de Carvalho, que renunciou ao posto no mês passado após a revelação de um escândalo envolvendo o ex-funcionário do Hospital Padre Zé, um dos suspeitos de furtar mais de R$ 500 mil em celulares da unidade, que seria doados à instituição. O dinheiro deveria ser usado para manutenção do hospital. Em seu lugar, assumiu o Padre George Batista.
“O Hospital pertence aos pobres e aos pobres deve servir! Então precisaremos de todos que querem manter essa obra com mais de 80 anos de história e trabalho para a sociedade paraibana”, finalizou.
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