POLÍTICA
Empresa em crise vai poder reduzir salário e jornada de trabalho
PPE propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo empregador. Diferença será compensada pelo governo.
Publicado em 07/07/2015 às 7:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:17
Diante de um cenário de desaceleração da economia e demissões - mais de 240 mil vagas de trabalho foram encerradas neste ano -, a presidente Dilma Rousseff enviou ao Congresso Nacional ontem uma medida provisória (MP) que permite que empresas com dificuldades financeiras temporárias reduzam a jornada de trabalho dos funcionários. O Programa de Proteção ao Emprego (PPE) propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo empregador.
A diferença do salário será compensada parcialmente compensada pelo governo, que vai pagar ao trabalhador 50% da perda, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – fundo que já está deficitário. Essa compensação está limitada a R$ 900,84, correspondente a 65% do valor do maior benefício do seguro-desemprego, hoje em R$ 1.385,91.
Assim, pelas regras, um trabalhador que receba R$ 5 mil por mês e entre no PPE passará a receber R$ 4,25 mil com a redução de 30% da jornada, sendo que R$ 3,5 mil serão pagos pelo empregador e R$ 750 pagos com recursos FAT.
"O programa é destinado a proteger empresas de setores atingidos por uma crise de produção e de vendas", disse o secretário geral da Presidência, Miguel Rossetto. "É um programa ganha-ganha".
As empresas terão até o final do ano para aderir ao programa. Segundo o governo, o objetivo é manter os empregos e preservar o saldo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) do trabalhador, preservando todos os benefícios trabalhistas, inclusive o seguro-desemprego.
Estima-se que o programa vai gerar um custo de R$ 100 milhões em 2015 e preservar o emprego de 50 mil trabalhadores com salário médio de R$ 2,2 mil.
Segundo o governo, a medida estimula a produtividade com o aumento da duração do vínculo trabalhista e fomenta a negociação coletiva.
O PPE é uma alternativa ao layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho para requalificação profissional), em que o trabalhador perde o vínculo empregatício.
Como efeito da MP, o governo espera que as empresas gastem menos com demissões, contratações e treinamento, e reduzirão os gastos da folha salarial em até 30%. A mudança também deve gerar, para o governo, um corte de despesas com seguro-desemprego. (Com informações da Folhapress e G1)
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