POLÍTICA
Francisco Barreto questiona números da pesquisa Consult
ex-secretário municipal Francisco Barreto (PTN) não recebeu bem a notícia de que apenas 0,5% da população pessoense votaria nele.
Publicado em 28/07/2008 às 16:29
Phelipe Caldas
O ex-secretário municipal Francisco Barreto (PTN), candidato a prefeito de João Pessoa, não recebeu bem a notícia de que, segundo a pesquisa Consult, apenas 0,5% da população pessoense votaria nele, classificando-o em quarto lugar na corrida eleitoral. Em nota enviada à imprensa, ele defendeu que o Tribunal Regional Eleitoral deveria ser mais rigoroso na “liberação de pesquisas sem rigor científico”.
Segundo ele, este tipo de pesquisa pode provocar uma informação com “dados viesados e não representativos” da opinião da população.
Barreto questionou ainda o método utilizado pela Consult, classificado por ele de “equivocado”, e que a entrevista de apenas 1200 pessoas em um universo de 450 mil eleitores pode provocar um resultado irreal.
Ele defendeu também que o curso de Estatística da UFPB poderia auxiliar a Justiça Eleitoral para “avaliar os métodos e técnicas utilizados pelos institutos de opinião”.
Por fim, o candidato disse que “laranjas” do prefeito Ricardo Coutinho poderia estar por trás da encomenda da pesquisa, e disse que pelo fato da pesquisa Consult não retratar a “realidade eleitoral de João Pessoa” e por acreditar que “a eleição é o único critério para aferir a preferência popular”, ele não iria omitir opiniões sobre os resultados.
O Paraíba1 esclarece que foi o Jornal da Paraíba que contratou a pesquisa, e que o seu resultado é de responsabilidade da Consult. A pesquisa está registrada no 64º Cartório Eleitoral sob o Registro P.E. nº 003/ 2008 – 64 Z.E e pode ser conferida clicando aqui.
Leia na íntegra a nota de Francisco Barreto:
A Justiça Eleitoral deve ser rigorosa na liberação de pesquisas sem rigor cientifico que possam conduzir à formação de opinião, com dados viesados e não representativos da própria população. O método utilizado (da Consult), de observação direta extensiva apoiado por técnica de entrevistas semi-estruturadas (podem variar de acordo com o entrevistador) e que levam os resultados na direção que se deseja (vide Metodologia da Consult), é, no mínimo, equivocado.
Uma amostragem de 1.200 pessoas sobre um eleitorado de quase 450.000 eleitores, viesando a amostra para estratos sociais X localidades não permitem ter uma visão técnico - cientifica da preferência eleitoral.
Neste sentido, é fundamental que a Justiça Eleitoral deva se aparelhar tecnicamente (A UFPB através da sua área de Estatística pode ser um notável instrumento auxiliar) para avaliar os métodos e técnicas utilizados pelos institutos de opinião, notadamente sobre o universo pesquisado, estratificação social, renda e distribuição espacial e o mais importante: a representatividade estatística do universo da amostragem e as margens de erro.
Não é ético, nem moral e é ilegal induzir a opinião para uma única candidatura. O método da Consult conduz a isto. Isto é o mesmo que incutir ao cidadão que não adianta refletir sobre a política e sobre os candidatos, isto fere frontalmente a ética e o processo democrático.
Insisto que o Ministério Público Eleitoral deva avaliar o grau de promiscuidade financeira entre a Consu1t e as agências de publicidade a serviço da PMJP, como é o caso da Antares Publicidade, entre outras.
Os contratos de prestação de serviços entre uns e outros poderão provar que as encomendas passam pelos “laranjas” que tentam enganar a opinião publica. Para confirmar a irresponsabilidade da pesquisa publicada, o segmento Educação, que é fundamental nas cinco áreas pesquisadas, tem pontuações desprezíveis.
Como não acredito, nem aceito o método da Consult, não emito opinião sobre os resultados. A realidade eleitoral de João Pessoa não é o apresentado pela Consult. A eleição é o único critério para aferir a preferência popular.
Francisco Barreto
Comentários