Passa de meio milhão na PB total de eleitores que votam se quiser

Bartolomeu Honorato
Do Jornal da Paraíba

Um total de 583.980 votos facultativos estará em jogo nas eleições 2010, na Paraíba. Esse eleitorado reúne menores de 18 anos, idosos acima de 69 anos e os analfabetos. Mesmo não sendo obrigados a comparecer nas seções eleitorais, os três segmentos possuem grande poder de decisão nos rumos da Paraíba, Congresso, Senado e Presidência da República.

Para se ter uma ideia do potencial de votos que os eleitores facultativos têm em mãos, é possível eleger cinco deputados federais, com base nos resultados das eleições 2006. Cada um dos candidatos teria, em média, 103.831 sufrágios nas 77 Zonas Eleitorais da Paraíba. No cálculo, foi feita uma média aritmética entre os 168.301 votos de Vitalzinho (PMDB) e os 39.361 sufrágios de Marcondes Gadelha (PSC), respectivamente os deputados mais e menos votados, na última eleição para o Congresso Federal.
Hoje, os analfabetos são o grupo mais forte no eleitorado facultativo da Paraíba.

As pessoas que não sabem ler e escrever somam 314.115 eleitores em João Pessoa e no interior do Estado. Esse grupo representa 11,6% dos 2.711.591 votantes no Estado. Vale ressaltar que não foi levado em conta os dados mais atualizados do eleitorado paraibano (2.796.838). O motivo é que a Seção de Orientação e Apoio às Zonas Eleitorais (Soaze), órgão vinculado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ainda não havia feito os cálculos percentuais de eleitores analfabetos nos dados mais recentes de pessoas aptas ao voto.

Idosos acima de 69 anos totalizam 195.545 eleitores e levam 7,21% do universo total de votantes na Paraíba. O grupo da terceira idade tem votos suficientes para eleger, ao menos, cinco parlamentares na Assembleia Legislativa da Paraíba. O detalhe é que cada um deles teria 39.109 sufrágios. Esse número é superior ao campeão de votos de 2006: Zenóbio Toscano (PSDB), que foi batizado com 38.265 sufrágios no Estado.

Adolescentes de 16 anos até jovens com 18 anos são 74.320 eleitores na Paraíba, o que representa 2,74% do universo de votantes em João Pessoa e no interior do Estado. O candidato que concorrer ao Congresso Nacional poderá chegar mais fácil a Brasília, se conquistar os votos desse montante de eleitores.
No conjunto de pessoas que tem o direito a votar nas eleições 2010, mas que não são obrigados a comparecer nas urnas eletrônicas, está a estudante do 3º do ensino médio, Jéssica Cristina da Silva. No dia 5 de maio, ela foi até a Central de Atendimento ao Eleitor (Cenatel), em João Pessoa, para solicitar o Título de Eleitor.

“Eu sei que não sou obrigada a votar neste ano, mas eu quero participar da eleição. Eu acredito que essa é uma oportunidade em que a gente tem de decidir o futuro da Paraíba e de todo o país”, contou a adolescente.

“Voto facultativo faz a diferença”

O juiz-corregedor Carlos Neves da Franca, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), reconhece que o número de eleitores facultativos (583.980 votos) representa uma fatia considerável do universo de votantes na Paraíba, que irão às urnas eletrônicas no dia 3 de outubro.

“O voto facultativo faz a diferença. É um número considerável de eleitores. São pessoas em pleno exercício do direito político. Eles têm o direito ao voto e os candidatos devem trabalhar em cima dessa população”, observou o juiz-corregedor.

Mesmo representando mais da metade dos votos facultativos, os eleitores analfabetos não são mais importantes do que os idosos e jovens, na opinião do juiz-corregedor do TRE. “O voto é igual e não há maior ou menor importância com relação a determinados eleitores. Todos são importantes para a democracia”, disse Carlos Neves da Franca.

A Justiça Eleitoral, segundo o juiz-corregedor, desenvolverá uma campanha nacional para incentivar os eleitores a votar no pleito 2010.

Carlos Neves da Franca informou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fará propagandas nas emissoras de televisão, rádios, portais e em jornais para incentivar o voto consciente.

As campanhas também terão por finalidade coibir os crimes eleitorais. “No que diz respeito à prática de ilícitos eleitorais, existem as consequências naturais de quem pratica o crime e poderá ser punido pela sua atitude”, alertou.